Foi através de uma nota à imprensa que a Polícia Civil de Caratinga anunciou a conclusão do inquérito instaurado para investigar o suposto esquema de pedofilia em Caratinga e região. A apuração teve início há cerca de sete meses e, em janeiro, a operação “contra ataque” colocou atrás das grades seis pessoas investigadas.
A investigação tinha como objetivo responder se os suspeitos faziam parte de uma rede de exploração sexual de menores. De acordo com a Polícia Civil, durante as investigações descobriu-se que o treinador Cláudio Rogério Alves, conhecido como Maguila, aliciava menores para manterem relações sexuais homossexuais em troca de dinheiro, presentes e materiais esportivos.
Depois de sete meses de investigação a Polícia também concluiu que os clientes de Maguila são: Wanderlei dos Reis Paulino, conhecido como Vanderlei da funerária ou Vando; Fábio Mafra da Fonseca; Leonardo Hebert Brandão; Celso Nunes Pereira; João Vieira de Carvalho, conhecido como João Maranhão e David Henrique Cristóvão Senra.
A investigação também concluiu que Maguila guardava em sua casa e no departamento de esportes da prefeitura vários documentos de menores (certidões e carteiras de identidade), selos de cartório e diversos carimbos de cartórios e escolas.
Maguila, segundo a Polícia, praticava o famoso “gato”, ou seja, falsificava documentos públicos para alterar a idade dos jogadores, afim de que pudessem participar de campeonatos e testes em categorias de base.
A Polícia Civil ouviu o depoimento de todos os investigados. Os comparsas de Maguila confirmaram que o treinador oferecia menores para eles, mas negaram que algum dia teriam aceitado a oferta. Já o treinador disse que os outros investigados já lhe solicitaram menores, porém se negou a intermediar encontros.
Além dos seis suspeitos, a Polícia Civil ouviu 26 pessoas. Na conclusão do inquérito, o treinador Maguila foi indiciado pelo crime de falsificação de documentos públicos, formação de quadrilha e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável. Já Wanderlei dos Reis Paulino, o Vando; Fábio Mafra, David Henrique, João Vieira, o João Maranhão e Celso Nunes Pereira indiciados pelos crimes de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável e formação de quadrilha.
Leonardo Hebert Brandão da Cruz, conhecido como Léo, não foi indiciado.
O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público na tarde de quinta-feira com as acusações. Agora o caso segue nas mãos da promotoria.
DENÚNCIA
De acordo coma delegada responsável pelo caso, Nayara Travassos, em julho de 2011 um casal procurou a delegacia especializada de orientação à família para o registro de uma ocorrência. De acordo com o inquérito trata-se de uma criança de 14 anos que teria viajado para região dos Lagos do Rio de Janeiro com outro colega de 14 anos na companhia de dois maiores, que seriam Celso Nunes e João Vieira de Carvalho, conhecido como João Maranhão.
Os investigadores da Polícia Civil iniciaram a apuração e receberam a requisição do Ministério Público no sentido de instaurar o inquérito policial. João Maranhão apresentou-se espontaneamente a unidade policial e prestou depoimento por três horas. Em seguida, conduzido ao Presídio de Caratinga para cumprimento de prisão preventiva.
Em busca de provas veio a informação anônima de que o treinador Maguila aproveitava de sua proximidade com os jogadores, todos menores de 18 anos, e os submetia à prostituição. A denúncia apontava ainda João Maranhão como o financiador do esquema.
A partir de então, a polícia deu início a uma rigorosa apuração. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão na casa dos suspeitos, inclusive, no Departamento de Esportes da Prefeitura de Caratinga, local de trabalho do treinador Maguila e residências das vítimas. Computadores foram apreendidos, celulares, preservativos, DVD’s e CD’s pornográficos.
APURAÇÃO
A polícia tinha em mãos um vasto material para ser analisado. Os seis suspeitos ficaram detidos no Presídio de Caratinga.
Neste processo de confronto de informações, o cantor Agnaldo Timóteo foi intimado a depor, já que havia sido citado durante as investigações.
Nas viagens ao Rio de Janeiro, o treinador Maguila pedia um ajuda ao cantor e chegou-se a cogitar que algumas crianças eram hospedadas em sua residência. Agnaldo negou e depôs em defesa do amigo Maguila.
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