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Segurança

Delegado explica próximos passos da investigação sobre desvios no SAMAL

09/03/2012 - Atualizado em 09/03/2012 08h42
Delegado Dr. Carlos Roberto

Os três ex-funcionários do SAMAL, José Carlos dos Reis, Carlos Roberto de Souza e Sílvio Nunes de Carvalho presos no último sábado,03, por policiais  civis foram soltos na tarde de quarta-feira,7. A prisão temporária foi decretada pelo juiz Dr. Walteir José da Silva, baseado no pedido apresentado pelo delegado Carlos Roberto Bastos, que preside o inquérito policial.

A prisão dos ex-funcionários se deu devido à função processual, para fins investigativos. Esgotado o prazo de 5 dias, não houve a necessidade da prorrogação, já que os acusados não demonstraram nenhum grau de periculosidade e intervenção nas investigações, sendo desnecessária representação de prisão preventiva.

A investigação teve início a partir de uma auditoria da Prefeitura Municipal, que identificou desvios em 2007 no valor de R$ 258 mil reais e em 2008 de mais 313 mil reais.

De acordo com o delegado Dr. Carlos Roberto Bastos foi detectado que os desvios começaram em 1999 e, pelo menos seis milhões desapareceram.

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Até agora, cerca de 13 pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil para confrontar as informações e depoimentos prestados pelo ex-secretário, José Carlos dos Reis, Carlos Roberto de Souza e Sílvio Nunes. O delegado já definiu que o montante de quase dois milhões foi apropriado pelos ex-funcionários do SAMAL. “Agora só falta descobrirmos quem obteve proveito real desse desvio. Os três não tiveram evolução patrimonial com esse dinheiro desviado. Fizemos uma busca, através do laboratório de lavagem de dinheiro da Polícia Civil e, o relatório não aponta enriquecimento de nenhum dos três”,explica o delegado. A missão agora é identificar quem se beneficiou e onde está o dinheiro, que pode chegar a R$ 6 milhões. Dr. Carlos Roberto também destaca que foi usado o conhecimento contábil para realizar o desvio.

Mistérios serão desvendados

Por se tratar de um fato ocorrido em 2007 e 2009, a investigação também aponta irregularidades em 1999. As pessoas que já foram ouvidas deram detalhes que podem auxiliar e nortear o trabalho da polícia, para elucidar o mecanismo usado no esquema.

Com a oitiva das pessoas que trabalharam na autarquia, o delegado está definindo os pontos que serão trabalhados na esfera criminal e administrativa. Havendo indícios de improbidade administrativa, o Ministério Público Estadual (MPE) estará tomando conhecimento, para medidas de ressarcimento aos cofres públicos. Também será dada ciência ao Executivo sobre diárias e gratificações que eram feitas. Será pedida a lista de funcionários contratados à época, para saber se eram “fantasmas” ou não. “Não havendo lei municipal que ampare essa condição, caberá o chefe do Executivo tomar medidas enérgicas”,diz o delegado.

Ao ser perguntado sobre as novas diligências, Dr. Carlos Roberto Bastos disse que agora a investigação estará focada para descobrir quem apropriou desse montante. Ele espera concluir o inquérito em 30 dias, com provas robustas e elementos de verdade que mostrem o que realmente aconteceu e, em seguida remetê-lo ao MPE, para oferecer ou não denúncia à Justiça contra os acusados.

 Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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