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Moradores de rua em Manhuaçu

04/06/2012

Um outro eu está na rua! E daí?

Manhuaçu é uma cidade de médio porte como tantas outras em Minas Gerais e no Brasil. Acumulamos ao longo dos anos conquistas e vitórias. O progresso continuamente bate à porta e, com isso temos mais crescimento e melhores oportunidades de vida.

Este mesmo progresso evidencia, por outro lado situações que outrora estavam latentes. A desigualdade social e as poucas oportunidades para a maioria da população tornam-se maiores a cada dia.

Hoje é comum convivermos com pessoas em situação de rua. Esse, que era um “privilégio” das grandes cidades tornou-se fato corriqueiro em diversas cidades no interior de nosso país. Diante de tal quadro, como agir? Como buscar uma solução para as cidades e para as pessoas que estão nesta situação?

Tradicionalmente, em outras épocas, quando aparecia um “morador de rua” em determinada cidade a atitude comum era transferir o problema levando-o para outra cidade. Geralmente se fazia isso às escondidas, à noite, justamente para disfarçar a crueldade de tal atitude.

Hoje, em Manhuaçu, inicia-se um novo tipo de trabalho. Reconhecemos que há em nossa cidade muitas pessoas em situação de rua. Além daqueles que moram na rua, muitas vezes nas garras do álcool ou das drogas, temos aqueles que vivem das ruas, vivem de esmolas, de serviços informais ou da prostituição. O novo modo de agir supõe em primeiro lugar reconhecer os direitos dessas pessoas que não devem ser vistas simplesmente como um problema, mas que são “outros eu”, pessoas com a mesma dignidade humana e as mesmas prerrogativas de qualquer cidadão.

A Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social em conjunto com a FUMAPH, assumiram em parceria esse desafio. É hora de agir. Com uma equipe de três pessoas eles começaram o trabalho de abordagem das pessoas em situação de rua. Em primeiro lugar é preciso conquistar sua confiança, conhecê-los bem, para depois trabalhar com eles a necessidade de se libertar.

Não se pode, no entanto parar por aí. Faz-se necessário a intervenção da sociedade. É importante que se proporcione que essas pessoas conquistem sua cidadania. Esse trabalho é árduo e longo, mas com certeza os resultados virão. Nessa certeza, essa mesma parceria gerou outro trabalho: FUMAPH, Secretaria de Trabalho e Ação Social e o COMAD iniciaram um programa de enfrentamento ao uso do crack. Nessa perspectiva, o interesse é agir na raiz do problema, na prevenção.

Hoje, mais do que nunca, temos consciência que temos problemas em comum com tantos outros municípios, mas temos também a certeza de que temos também muito trabalho sendo realizado. Manhuaçu está dando sua resposta.

Wilson Augusto Costa Cabral  - Publicado no Jornal Tribuna do Leste

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