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Estudantes de Enfermagem conhecem o Museu da Loucura

09/07/2012 - Atualizado em 09/07/2012 11h58
 

Alunos do quinto período do curso de Enfermagem da Faculdade do Futuro participaram de uma viagem técnica com visita ao Museu da Loucura, em Barbacena, organizada pela professora Lídia Márcia Heringer Sanabria.

O museu da loucura está instalado no prédio do antigo Hospital Colônia e conta a história dos doentes mentais e as técnicas e horrores da psiquiatria pública mineira que, ao longo de 90 anos, matou mais de sessenta mil pessoas.  Hoje é coordenado pela FHEMIG (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais). “O nome Museu da Loucura não teve a pretensão de falar de uma possível condição dos internos, mas da atitude da sociedade da época: a loucura não estava em quem era internado, mas era a condição de quem os colocava lá”, conta a estagiária em Gestão do Turismo, Roseane Dias.

O local pertenceu a Joaquim Silvério dos Reis, como premio por ter delatado os participantes da Inconfidência Mineira. Em princípio, foi construído para abrigar o primeiro sanatório para tuberculosos. Apos sua falência, em 1903, tornou-se hospital para alienados de Minas Gerais. Tinha estrutura para receber cerca de 300 pessoas.

Com o passar do tempo, o local começou a "internar" qualquer cidadão que trouxesse algum tipo de constrangimento para a política, alta sociedade ou família. “Por exemplo, um político que estivesse desagradando o partido ou ao governo militar, uma jovem que se enamorasse de alguém que não fosse do agrado do pai ou, pior, ficasse grávida”, explica Roseane Dias.

O local chegou a ter cinco mil internos, mas com a verba para trezentos. Muitos morriam de fome, doenças ou frio.

TORTURA

Para o tratamento dos internos, tivessem ou não transtorno mental, eram utilizadas algemas de contenção, eletrochoque e picocirurgia. Os medicamentos eram desenvolvidos dentro de um laboratório no local.

Na Faculdade do Futuro, os alunos do curso de Enfermagem fazem estágio em Saúde Mental no CAPS em Manhuaçu, sob a orientação da professora Lídia Márcia, com foco na atual postura de tratamento e respeito aos portadores de algum transtorno mental.

A visita ao Museu da Loucura é importante para a reflexão sobre o atual modelo e também para discutir os absurdos do antigo sistema que não pode ser reativado. O grupo de estudantes ainda foi recebido pelo Professor Jorge Nascimento, historiador, diretor do museu municipal e um dos fundadores do museu da loucura.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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