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HCL faz palestras sobre doação de órgãos

01/10/2014
 
 

MANHUAÇU (MG) - No dia 27, foi comemorado em todo pais o Dia Nacional de Doação de Órgãos e Tecidos. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Brasil é o segundo país do mundo em número de transplantes realizados por ano, sendo mais de 90% pelo sistema público de saúde. Porém, apesar dos números positivos, a sensibilização das pessoas sobre a importância da doação ainda é fundamental. De cada oito potenciais doadores de órgãos, apenas um é notificado. Em Manhuaçu, o Hospital César Leite promoveu nesta semana palestras com objetivo de esclarecer dúvidas sobre o tema e ressaltar a importância de avisar a família o desejo de ser um doador.

As palestras foram ministradas pela coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Leiliane Soares, que ressaltou que pessoas de todas as idades podem ser consideradas potenciais doadoras, sendo que a sua condição médica no momento da morte determinará quais órgãos e tecidos poderão ser doados e o diagnóstico do óbito só é dado após a morte encefálica, que é a completa e irreversível parada de todas as funções do cérebro.

O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina. Dois médicos diferentes examinam o paciente, sempre com comprovação de um exame complementar, que é interpretado por um terceiro medico e não exista qualquer dúvida quanto ao diagnóstico.      

TIPOS DE DOADORES

Existem dois tipos de doadores, o doador vivo e o doador falecido, no primeiro caso qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, desde que não prejudique sua própria saúde pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela Lei, parentes ate o quarto grau e cônjuges podem ser doadores, para quem não é parente só pode ser realizada a doação com autorização judicial.

Em relação ao doador falecido, são pacientes com morte encefálica, geralmente vitimas de dano cerebral irreversível, como traumatismo craniano ou acidente vascular cerebral (AVC), os órgãos e tecidos que podem ser obtidos do doador falecido são, coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córneas, vasos, pele, ossos, e tendões, portanto um único doador pode salvar inúmeras vidas.

Os órgãos serão doados para indivíduos que estejam na lista de espera, de acordo com a gravidade da doença, tempo de espera, tipo de sangue e outras informações médicas. Testes laboratoriais confirmam a compatibilidade entre doador e receptores.

Celio Reis, funcionário responsável pelo setor patrimonial do HCL recebeu transplante de córnea, há três anos quando foi detectado um ceratocone avançado o qual não tinha correção nem com lente e nem com óculos, ele falou sobre como o transplante mudou sua vida. 

“Quando diagnosticaram o ceratocone eu só tinha 20% da visão e não tinha possibilidade de correção a não ser com transplante, foi ai que entrei na fila de doadores, eu não esperei tanto tempo Deus abençoou que foi um processo rápido e eu consegui uma córnea, foi tudo tranqüilo o transplante foi tranqüilo sem rejeição sem maiores problemas. Quando eu entrei na fila de espera para o  transplante eu fui com fé e sabia que não ia demorar porque Deus está no controle de todas as coisas e eu sabia que tudo ia dar certo e foi assim que aconteceu. Hoje eu sou extremamente grato por esse ato de bondade que pessoas nunca me virão fizeram por mim, eles mudaram a historia da minha vida, eu tinha uma visão com 20%, se eu não conseguisse essa córnea eu ficaria cego. Mesmo após a morte o ser humano ainda é capaz de fazer algo um pelo outro, mesmo após a morte um doador de órgãos pode estar ajudando outra pessoa viver".

E ainda continuou reforçando que "todos nós um dia vamos morrer e porque não fazer a diferença na vida de alguém. Hoje sou doador por saber da necessidade e minha família tem conhecimento disso, e eu oriento minha família e amigos , sejam doadores porque não sabemos quem está do outro lado, um dia poderá ser alguém da nossa família. Tem uma frase de Madre Teresa que diz, “ eu não tenho direito de sair de perto de uma pessoa sem deixar ele melhor e mais feliz”, foi isso que fizeram comigo, me deixaram melhor , mais feliz porque hoje eu tenho uma visão bem melhor do que eu tinha a três anos atrás.”

De acordo com ABTO, a situação de quem necessita de transplante de órgãos no Brasil ainda é muito delicada. Atualmente, cerca de 28 mil brasileiros aguardam na fila de espera em todo país. Infelizmente, de cada 10 pessoas abordadas, quatro se recusam a doar os órgãos de seus familiares.

A maior lista de espera é por um rim, cerca de 20 mil pessoas aguardam pela doação do órgão. Em segundo lugar, estão os que precisam de transplante de córnea, aproximadamente seis mil pacientes. Na terceira posição está o fígado, com 1.300 pessoas na lista de espera, e, por último, coração e pulmão, com 200 e 170 respectivamente.

Leiliane ressaltou que para ser um doador a pessoa não precisa deixar nenhum documento por escrito, basta conversar com a família sobre o desejo de ser doador, e que está conversa é fundamental, de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deverá ser consentida pelo familiar.

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