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Procurado |
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Delegado Jorge Caldeira |
CORONEL FABRICIANO (MG) – Um esquema que envolve a venda de veículos furtados e clonados foi descoberto pela Polícia Civil de Coronel Fabriciano. Na tarde da quinta-feira, 15/01, a PC apresentou dois homens que já estão presos. Outras quatro pessoas, também envolvidas na ação delituosa, ainda são procuradas. Até endereço em Manhuaçu era usado pelo grupo.
O delegado Jorge Caldeira, responsável pelo inquérito, explicou que desde outubro de 2014, a polícia recebe informações sobre veículos furtados e clonados em Belo Horizonte, que eram revendidos em concessionárias do Vale do Aço. “O proprietário de um dos veículos originais, lá em Belo Horizonte, procurou o Detran para fazer a transferência de seu automóvel a um terceiro e acabou descobrindo que não estava mais em sua propriedade, mas sim com um indivíduo daqui de Fabriciano. Fizemos uma análise minuciosa deste veículo e constatamos que ele foi clonado”, informou.
Jorge Caldeira explicou que o grupo responsável na adulteração do veículo ficou atento a todos os detalhes, desde a modificação do chassi aos cintos de segurança. “O que mais no chamou a atenção foi o grau de cuidado e especialidade dos envolvidos. Na Saveiro Cross de cor prata que nós apreendemos, percebemos que eles fizeram a substituição dos vidros, que geralmente, também trazem a numeração de chassi. Os cintos de segurança foram substituídos, além de fazerem o que é normalmente feito, a adulteração de chassi”, informou.
A partir da apreensão deste veículo, a Polícia Civil se dirigiu à agência de Coronel Fabriciano onde ocorreu a comercialização e, no local, foi apreendido um Hyundai i30, também adulterado. “Percebemos que o grupo criminoso teve a audácia de revender esses automóveis a donos de agências, que normalmente são pessoas treinadas e que sabem identificar quando os veículos são clonados, porém, neste caso, foram enganados. O grau de riqueza na clonagem foi tão alto que até os donos de agências foram vítimas, fizeram pagamentos por esses bens e ficaram no prejuízo”, acrescentou o delegado.
Na sequencia das investigações, a Polícia Civil apreendeu outra Saveiro Cross, porém em Timóteo. Em Ipatinga, dois Fiat Palio também foram apreendidos e, em Coronel Fabriciano, mais cinco automóveis foram encontrados com adulterações.
“Começamos um trabalho de coleta de informações e tivemos dificuldades, uma vez que esses autores utilizavam documentos falsos para a transferência e o reconhecimento de firmas. Porém, com as investigações, conseguimos identificar cinco pessoas e prender duas. Há uma sexta pessoa, porém, ainda não sabemos ao certo quem é, uma vez que esse indivíduo se apresentava com um nome falso”, explicou o delegado.
Prisões
Com as investigações em andamento, em dezembro de 2014 a PC prendeu, em Timóteo, Willian Regina de Jesus, de 40 anos. Ele já era conhecido no meio policial, com várias passagens por estelionato.
Já em janeiro deste ano, também em Timóteo, foi localizado e preso Paulo Cândido de Souza, de 48 anos. Para a PC, ele era responsável, na quadrilha, por abrir firmas em cartórios e repassar alguns veículos para o seu nome. Em seguida os bens eram revendidos para os donos de concessionárias.
Na conclusão da PC, Tanto Willian, quanto Paulo, foram indiciados pelos crimes de receptação, adulteração de sinal identificador de veículo automotor, estelionato e formação de quadrilha.
Quadrilha
O trabalho da Polícia Civil identificou, além de Paulo e Willian, outros homens acusados de participar do bando. Izac Batista da Silva, de 36 anos, foi apontado como o líder da quadrilha. O delegado Jorge Caldeira informou que Izac tem seis passagens pela polícia, envolvendo os crimes de roubo, falsidade ideológica e falsificação de documento público.
Em dezembro de 2014, Izac chegou a ser preso em Belo Horizonte. Com ele a polícia localizou uma mala contendo vários documentos falsificados. Porém, dias depois, ele foi liberado e desde então se encontra foragido.
Também foram identificadas como integrantes do grupo Márcia Helena Meireles Ramos, de 29 anos, e Aline Gabriela Leite Silva, de 18 anos, namorada de Izac. As duas, além de acompanharem os demais integrantes da quadrilha no momento da comercialização dos veículos, também abriram contas bancárias em seus nomes, afirma Jorge Caldeira.
“Elas abriram contas no Banco do Brasil, na agência do Centro de Ipatinga. Essas contas eram utilizadas para receber os valores adquiridos com a venda dos carros. Quando pedimos a quebra do sigilo bancário, descobrimos que essas contas existem, tiveram movimentação, mas hoje se encontram inativas”, detalhou o delegado.
Izac e Márcia, conforme explicou Jorge Caldeira, possuem mais de 15 endereços nos municípios de Ipatinga, Coronel Fabriciano, Belo Oriente, Manhuaçu e Santana do Paraíso. Eles estão foragidos e já foram expedidos mandados de prisão em desfavor dos dois. O sexto envolvido, que usa nome falso na venda dos veículos ainda tem a verdadeira identidade investigada.
Yasmini Gomes / Diário do Aço