MARIANA (MG) - A solidariedade tem permitido o atendimento às vítimas do rompimento das barragens do município de Mariana e de cidades vizinhas. A ajuda chega de todo o país, por meio de prefeituras, associações, entidades e também voluntários que se sensibilizaram e estão arrecadando diversos donativos. As doações são encaminhadas para a Arena Mariana e para o Centro de Convenções, onde servidores da prefeitura e voluntários fazem a separação por sessões masculina, feminina, infantil, higiene pessoal, alimentação e outras.
Em Manhuaçu e comunidades vizinhas, vários foram os movimentos que arrecadaram dinheiro e compraram gêneros alimentícios. Em outros casos, as campanhas foram pelas peças de roupas e doação de alimentos. Tudo foi transportado em movimentos voluntários de clubes, associações, igrejas e pessoas que decidiram ajudar aos atingidos em Mariana. Entre as iniciativas, destaque também para a mobilização dos motociclistas em frente a um supermercado. O resultado também foi levado para Mariana.
Na cidade, as vítimas da tragédia se apresentam com a ficha de cadastro, e são acompanhados para selecionar todos os itens que necessitam. De acordo com a assistente social da Prefeitura de Mariana, Rita Mendes, as vítimas percorrem as sessões e escolhem os itens de sua preferência, onde não é imposta nenhuma limitação de quantia. “A partir do momento que as vítimas escolhem, elas estão exercendo a sua identidade e desenvolvendo o livre arbítrio. O objetivo é que as pessoas se sintam acolhidas”, disse.
Ana Paula Carneiro da Silva, 27 anos, moradora de Paracatu de Baixo, foi retirada de sua casa, às pressas na sexta-feira (06) pela manhã, juntamente com o marido e dois filhos. Ana, que já havia levado roupas, cobertores e produtos de higiene, volta à Arena Mariana para escolher novos itens de sua necessidade. A moradora confirma o atendimento que tem sido feito às vítimas. “O povo está atendendo a gente bem. Não tenho nada a reclamar. A gente está podendo escolher do jeito que a gente quer, do jeito que a gente usa, do jeito que a gente gosta”, contou.
Maria das Graças do Nascimento, 66 anos, moradora de Barra Longa é outra vítima desta tragédia que chega à Arena Mariana em busca de apoio. “Minha casa foi embora com tudo dentro, minhas criações, umas sessenta e tantas galinhas, cachorro, gato, porco, mantimentos... Foi tudo embora por água abaixo. Não sobrou nada!” relata. É o segundo atendimento à Maria das Graças, que foi orientada a voltar, caso percebesse a necessidade de novos itens. A moradora foi cadastrada pelo Desenvolvimento Social e Cidadania e recebeu ajuda com a doação de vestuário, mantimentos e até um fogão. Foi necessária uma caminhonete para levar todos os itens que Maria das Graças precisava para ela e outras e outras seis pessoas de sua família que ficaram desabrigadas.
O cadastro das vítimas está sendo feito pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania, por meio de uma força tarefa montada na Arena Mariana para recepcionar os moradores resgatados das áreas atingidas. As vítimas receberam orientações, atendimento médico, higienização com recebimento de roupas, acolhimento e foram encaminhadas para hotéis custeados pela empresa responsável pela operação da barragem.
A ajuda foi tão grande que a prefeitura agradeceu e pediu que as doações fossem suspensas. O agradecimento é a principal mensagem agora a todos os doadores.
Carlos Henrique Cruz - com informações da Prefeitura de Mariana