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Economia

Alternativas econômicas são tema de encontro

11/10/2016 - Atualizado em 12/10/2016 07h28

MANHUAÇU (MG) - Que o café é principal fonte de renda da região, isto é indiscutível, mas novas opção de fonte renda para complementar o orçamento dos produtores tem se destacado entre elas, o cultivo do abacate e das flores tropicas.

O assunto foi tema da última reunião da ADESC – Agência de Desenvolvimento Econômico Social da Região do Caparaó, em Manhuaçu e contou com empresários e produtores rurais de Manhuaçu, Alto Caparaó, Lajinha, Manhumirim, Espera Feliz, Mutum, Simonésia; além da Gerente da agência do INSS de Manhuaçu; da Secretária Municipal de Cultura Mariza Klein, dos Chefs Eliacir Fernandes – restaurante Estância Gourmet e Geraldo Magela – Beer Garden e do Comandante do 2º Pelotão do Corpo de Bombeiros de Manhuaçu, tenente Flávio Mota.

Abacate

De acordo com relatório apresentado pelo Presidente da ADESC, André Farrath, o estado é o segundo maior produtor de abacate do país, e vem despontando na fabricação do óleo obtido da fruta. “O abacate trata-se de uma alternativa que abre horizontes de ganho para os fruticultores, como aposta ancorada no crescimento da oferta e da procura pelo consumidor. O estado produziu 36,6 mil toneladas de abacate no ano passado, atrás apenas de São Paulo, e, para 2016, a expectativa é de expansão e que ultrapasse 40 mil toneladas, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG).

Na região além Manhuaçu, os municípios de Divino, Luisburgo, São João do Manhuaçu, Lajinha, Santa Bárbara do Leste e Simonésia se destacam no cultivo da fruta. “ Em Conjunto esses municípios colocam a região nos primeiros lugares em Produção no estado. Minas detém a fatia de 23% do cenário nacional.

Flores Tropicais

Numa inciativa de mulheres produtoras de Flores Tropicais, há mais ou menos 11 anos nascia em Manhuaçu a APOEX – Associação de Plantas Ornamentais e Exóticas e com o apoio do SEBRAE/MG a associação cresceu e ultrapassou fronteiras, abastecendo o mercado do país e até o exterior.

A região do Caparaó é a primeira colocada no estado em área plantada de flores tropicais, sendo inclusive tema de reportagem do programa Terra de Minas da Rede Globo e do Jornal Estado de Minas. Martins Soares se desponta como a maior produtora de flores da região. Há pouco mais de 10 anos dona Eulália Jaeger, viúva, trocou parte dos cafezais da propriedade da família por canteiros de flores e hoje ela detém o título de maior produtora de flores ornamentais e exóticas da região. “Recebi adjetivos de “doida” quando realizei um empréstimo de R$ 4 mil reais no banco popular e derrubei uma lavoura com 20 mil pés de café para plantar flor. Hoje eu ganho em um mês com as flores, o que esse mesmo café me dava em um ano”, comenta Eulália, carinhosamente conhecida como dona Neném.

Semanalmente partem de sua propriedade em Martins Soares, 04 caminhões de flores para abastecer o mercado em várias cidades do estado. “Minha produção ainda é insuficiente para atender a todos os pedidos e eu ainda compro flores de outras produtoras para atender à minha demanda”, completa.

Dona Eulália ainda administra junto com a família os cafezais da propriedade. “Ainda temos café na propriedade, mas a minha paixão são as flores. Com elas eu me sinto realizada”, enaltece.

Em números apresentados pelo Presidente da ADESC, Minas Gerais é o segundo mercado do pais em produção de flores. “A ideia é fortalecer o consumo que ainda é bastante baixo, enquanto     mercados maduros como Europa e América   do Norte consomem 100 dólares per capita por ano, mercado interno brasileiro ainda é bastante tímido com apenas 11 dólares.

Na região podemos algumas destacar empresas que se beneficiam com a produção local de abacate e flores, entre elas: Bufet Delma Festas, produtos alimentícios Fino Sabor, os Pães Artesanais Máximo Pães e a Vidare cosméticos, interessada no abacate para a fábrica.

INSS

Também presente no encontro, a gerente da Agência do INSS de Manhuaçu, Maria de Fátima que apresentou novidades e mudanças que estão por vir na agência de Manhuaçu. De acordo com ela, a agência passou por uma elevação de categoria. “Passamos para a agência de nível A. o que representa isso para o assegurado do INSS? Representa mais agilidade no atendimento, mais servidores serão contratados e está é o nosso principal objetivo, estamos com uma defasagem muito grande de servidores, para se ter uma ideia, processos de aposentadoria estavam sendo agendado para mais de 110 dias, hoje conseguimos reduzir esse prazo, mas ainda assim é longo”, explica a gerente.

Maria de Fátima destacou ainda a mudança da agência para outro local. “Umas das maiores reivindicações de nossos assegurados é quanto à localização da agência, já adianto a todos que dois locais estão sendo analisados por nossos técnicos, nesta semana o Gerente Regional de Governador Valadares esteve aqui em Manhuaçu e já visitou dois imóveis, sendo um no bairro Coqueiro e outro à margem da BR 262, em breve saberemos qual melhor nos adentará” explica.

Museu do Café

A Secretária de Cultura da Prefeitura de Manhuaçu, Mariza Klein anunciou aos presentes o recebimento de recursos do Governo Federal para construção do museu do café. “Esta obra será erguida na praça Dr. Cesar Leite junto ao espaço da loja de artesanato e terá como objetivo fomentar o turismo e resgatar a cultura do café em nosso município”.

Mariza destacou a realização da 3ª edição de feira cultural que acontece em outubro, na praça Cordovil Pinto Coelho no centro de Manhuaçu.

Ao final do encontro o empresário e Conselheiro da ADESC Ronald Gripp, solicitou da Agência, empenho junto às autoridades políticas da região um pouco mais de atenção ao Parque Nacional do Caparaó, pois a falta de funcionários pode comprometer a visitação de turistas ao parque, que hoje gira em torno de 50 mil pessoas ao ano.

Jailton Pereira

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