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Expedição da Agricultura Familiar percorre o Brasil e passa por Manhuaçu

20/11/2019 - Atualizado em 21/11/2019 08h01

REDAÇÃO - A Expedição Agricultura Familiar 2019 está fazendo um diagnóstico de um recorte bastante peculiar do Brasil que produz. O objetivo é jogar luz sobre as pequenas propriedades, os pequenos produtores e as cadeias produtivas típicas desse estrato do campo brasileiro.

O trabalho de campo da Expedição, lançada oficialmente em 21 de agosto, dentro da programação do Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), no Rio de Janeiro, teve início realizado de setembro a dezembro de 2019, percorrendo 12 estados nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil.

De acordo com João Maroni, da equipe de jornalistas que fazem da Expedição da Agricultura Familiar, “a mobilização provocada pela Expedição ocorre a partir do roteiro que envolve visitas técnicas a dezenas de municípios, dos seminários regionais, que reúnem centenas de pessoas, da cobertura da mídia nacional e dos canais de distribuição de conteúdo da Gazeta do Povo, do site da Expedição, mídias sociais e canais de comunicação dos parceiros envolvidos no projeto e dos meios de comunicação local”, disse.

Manhuaçu e região do Caparaó

A Expedição da Agricultura Familiar passou por Manhuaçu e região do Caparaó, nos dias 26 e 27 de outubro, no dia 26 a equipe visitou uma propriedade rural na região do Caparaó Capixaba. “A união da cafeicultura com o turismo ecológico e o papel da liderança feminina no Espírito Santo e Minas Gerais. Estas e outras histórias reais que compõem o retrato da atual Agricultura Familiar no Brasil é o que estamos trazendo no segundo roteiro da Expedição Agricultura Familiar 2019”, explica o Jornalista.

A expedição visitou uma família de produtores de cafés especiais em Dores do Rio Preto (ES). “Depois passamos por Afonso Cláudio (ES), onde conhecemos a iniciativa de mulheres rurais, que se organizaram em uma associação para a produção do café”, relata João Maroni.

Processo manual

O café da região do Caparaó é colhido manualmente, apenas com a ajuda de uma derriçadeira, e depois levado para um despolpador. Nele, retira-se a casca do fruto e as demais impurezas. O grão então é levado para a secagem em terreiros de cimento (cobertos ou não) ou em terreiros suspensos. O café pode ser secado com a polpa em um processo mais demorado. Todas essas etapas, que são seguidas pela torra e moagem dos grãos, influenciam no sabor do café.

Passando a divisa, a expedição chega a Manhuaçu (MG), para conferir o café com “gosto mineiro”. Manhuaçu e região tem uma característica peculiar de pequenas e médias propriedades administradas pela própria família, que passa de pai para filho e assim vem sendo por gerações e agora com um diferencial, a mulher tem destacado “Em Manhuaçu vimos que as mulheres também cumprem um importante papel de liderança para produzir com qualidade”, ressalta

Mas chegar a um produto de excelência não seria possível sem um empurrãozinho dos extensionistas. O trabalho realizado ao longo dos anos com a Incaper, no Espírito Santo e Emater em Minas Gerais, tem sido de fundamental importância para a qualidade da produção da agricultura familiar na região. “Nós vimos que o café daqui tinha um potencial diferente, que podia produzir grãos especiais. Mas os produtores precisavam trabalhar mais o pós-colheita, porém não tinham os equipamentos”, afirma Agno Tadeu da Silva, engenheiro agrônomo e extensionista rural do Incaper, que começou a trabalhar com os agricultores da região em 2005.

Em Manhuaçu, a Emater tem desenvolvido um trabalho primordial na ajuda ao agricultor familiar, com orientações e suporte técnico qualificado e gratuito ao produtor rural.

A expedição visitou em Manhuaçu a propriedade de Celso Luiz Ferreira no córrego da Bem-Posta, onde conheceram a história da família de dona Jovelina que após ficar viúva o filho celso assumiu a administração da propriedade e juntamente com a esposa e filhos, hoje produzem café especiais.

Outro ponto importante na visita foi conhecer a Associação de Produtores de Cafés Especiais do Córrego Boa Vista, onde os agricultores se uniram e produzem cafés especiais com certificação e selo rastreabilidade geográfica e juntamente com a Emater realização todo processo da produção desde lavoura até a venda ao consumidor final.

De Manhuaçu a expedição seguiu para “O roteiro de campo, que vai percorrer e ouvir todos os elos dessa intensa cadeia produtiva, será desenvolvido com o apoio do Sistema CONFEA-CREA através da Coordenadoria das Câmaras de Agronomia, que por sua vez vai mobilizar as Câmaras de Agronomia dos estados visitados. O projeto conta ainda com apoio e participação da FAO/ONU, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação e do Sicredi, cooperativa de crédito. A realização é do Agronegócio Gazeta do Povo em parceira com o CONFEA.”

Até dezembro deste ano a Expedição percorre 12 estados do Brasil. No primeiro roteiro, visitou propriedades rurais no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E desde o dia 23 de outubro, a equipe percorre estados das regiões sudeste – Espírito Santo e Minas Gerais, e Goiás, no Centro-Oeste.

Jailton Pereira / Fotos: Rogério Machado/Gazeta do Povo

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