Portal Caparaó - Presos fazem rebelião de 9 horas
Segurança

Presos fazem rebelião de 9 horas

19/01/2013 - Atualizado em 19/01/2013 16h43

Às 06h15 da manhã de sábado (19) foi declarado o fim da rebelião no Presídio de Caratinga. Foi necessário muito diálogo nas negociações para que os 180 detentos cedessem. A rebelião teve início por volta das 21h de sexta, após renderem dois agentes penitenciários que estavam de plantão.

Segundo relatos, os agentes foram chamados em uma das celas para socorrer um detento que estava passando mal. Quando eles se preparavam para retirar o suposto doente foram surpreendidos pelos demais detentos e se tornaram reféns do movimento desencadeado por uma ala do presídio. Na sequência, os detentos foram libertando os demais rompendo com as próprias mãos as grades das celas.

Em poucos minutos, a área interna do Presídio foi totalmente dominada. Situação quer perdurou por muitas horas. Durante o tumulto dois presidiários que ainda não tiveram seus nomes revelados ficaram feridos. Um deles precisou ser encaminhado ao Pronto Atendimento Municipal (PAM), após ter sofrido um corte contuso na cabeça, proveniente de um golpe de cadeado deferido por um outro preso.

Os presidiários não tinham armas, mas alguns fizeram dos pedaços de grades instrumentos ameaçadores. O primeiro ponto de partida de negociação com a direção da unidade prisional foi a solicitação da presença de juízes. 

O pedido foi atendido e aos magistrados os presos reclamaram das penas consideradas por eles como rigorosas, solicitaram mais agilidade no julgamento dos processos e alguns se declararam injustiçados.

Em um papel encaminhado às autoridades, os presos também reivindicaram espelhos nas celas e maior flexibilidade no horário e dias de visitas. Porém, os presos continuavam relutantes em entregar os reféns. 

Enquanto isso, na porta do Presídio o reforço da Polícia Militar se aglomerava. A operação contou com a participação com mais de 70 policiais militares, além da mobilização de agentes penitenciários de Coronel Fabriciano, Timóteo, Ipaba, Inhapim e Manhuaçu. Um grande efetivo de policias da 22ª Companhia de Polícia Militar Independente e do 14º Batalhão da Polícia Militar de Ipatinga também reforçou o local. Além da vinda de equipes do COPE - Comando de Operações Especiais.

Com a chegada do Superintendente de Segurança Prisional do Estado de Minas Gerais, André Luiz Teixeira Mourão, as negociações foram retomadas até o seu desfecho pacífico.
Os detentos decidiram dar fim à rebelião com a certeza de que soltariam os reféns e não sofreriam represálias. Com muita cautela, os dois homens foram libertados e os policias e agente penitenciários entraram no pátio do Presídio para recompor a situação.

Os detentos quebraram dezenas de celas e grades. Seis unidades terão de ser desativadas até que sejam reformadas. Já as demais terão suas grades novamente colocadas.

Houve remanejamento de presos, contudo não se trabalha com a possibilidade de transferências.

Os agentes que ficaram na mira dos detentos foram encaminhados ao Pronto Atendimento Municipal e passam bem, apesar do susto e tensão.

Apesar das especulações em torno do assunto, não houve queima de colchões, tiros, agressões ou fuga.

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