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Cidades se mobilizam por causa do Aeroporto de Santo Amaro

12/03/2013 - Atualizado em 12/03/2013 16h59

SANTO AMARO DE MINAS (MG) - Prefeitos de dezenove municípios da região de Manhuaçu participaram de uma mobilização na tarde desta terça-feira, 12, no Aeroporto Regional de Santo Amaro de Minas, distrito de Manhuaçu. Apesar de inaugurado há cinco anos, o local ainda não recebe voos regulares. O encontro serviu para lançar uma carta com a reivindicação de recursos para completar a obra e tornar o empreendimento viável para linhas comerciais.

Prefeito de Manhuaçu Nailton Heringer

Prefeito de Alto Jequitibá Daniel Sathler

O prefeito de São João do Manhuaçu, João Carolino, foi um dos 19 que assinaram a carta de Santo Amaro de Minas

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Mesmo sob sol escaldante, prefeitos, vereadores, lideranças e empresários das cidades da região atenderam ao convite do prefeito de Manhuaçu Nailton Heringer. O objetivo é claro: pressionar os governos estadual e federal para a liberação de recursos que garantam a estruturação necessária do aeroporto.

A novela em torno do aeroporto é antiga. O terreno foi adquirido em 1957 pelo então prefeito Altamir Moreira Garcia. De lá para cá, moradores e lideranças de Santo Amaro de Minas defenderam a área e evitaram, por exemplo, que fossem construídas torres e outros obstáculos na cabeceira da pista. Em 2007, a obra foi assumida pelo Governo de Minas e o Ministério da Aeronáutica. Um ano depois, o aeroporto foi inaugurado.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) homologou a pista para voos diurnos. Isso significa que o local atende operações de pousos e decolagens durante o dia. O resultado é que, em média, 50 aeronaves pousam mensalmente no aeroporto de Santo Amaro de Minas.

O problema são os voos comerciais e noturnos. Para operar, à noite, tanto para aeronaves particulares ou aviões comerciais, a homologação depende de sinalizações nos morros e torres de energia elétrica nas imediações. Aviões que aterrissam em campos irregulares podem ser multados e, num caso de acidente, não têm garantia do seguro.

Para a operação comercial, no entanto, ainda faltam outros investimentos, como aparelho de raio-x e uma brigada com caminhão do Corpo de Bombeiros.

Segundo o relatório apresentado pelo prefeito de Manhuaçu, é preciso cerca de R$ 3,8 milhões para concluir essa estrutura.

Ao abrir o encontro em Santo Amaro de Minas, Nailton Heringer lembrou que Manhuaçu foi esquecida no Pro-Aero, divulgado em janeiro e que prevê investimentos de 255 milhões de reais em vários aeroportos do interior de Minas Gerais. “Nós temos um grande aeroporto, um dos melhores de Minas, mas que está parado desde que foi inaugurado. Enquanto a obra não tem sua função, não está pronta. Estamos demandando aquilo que nos é de direito: o mínimo necessário para completarmos o aeroporto e termos voos regulares. Em 255 milhões, nós merecemos 3,8 milhões para encerrar essa obra”, afirmou.

DEMANDA REGIONAL

A mobilização pretende atingir 60 municípios da região. O Prefeito Daniel Guimarães Sathler, de Alto Jequitibá, é presidente do Circuito Turístico Pico da Bandeira e apresentou uma carta para ser assinada pelos prefeitos da região.

No documento, ele apresentou as considerações da região. “O turismo, a economia, o comércio vão sair fortalecidos. A operacionalização do aeroporto permitir que as pessoas venham para a nossa região com mais facilidade. Ao mesmo tempo, a nossa população terá mais acesso à capital. Isso vai valorizar o turismo como fonte alternativa da economia. É um segmento que está crescendo e tem mais importância a cada dia. Essa estrutura é parte essencial para o desenvolvimento regional”, declarou.

Além dele e de Nailton Heringer, a carta foi assinada no evento pelos prefeitos de Manhumirim, Martins Soares, Santa Margarida, Vieiras, Orizânia, Divino, Carangola, Pedra Dourada, Alto Caparaó, Simonésia, Santana do Manhuaçu, Lajinha, Luisburgo, Caputira, São João do Manhuaçu, Santa Bárbara do Leste e Carangola.

Na esteira da fala de Daniel, o prefeito de Alto Caparaó José Gomes ressaltou que essa demanda foi colocada como prioridade pelo município dele. “O turismo, ainda mais com a proximidade da Copa do Mundo, depende de infraestrutura. Temos atrações, mas falta a facilidade de acesso a nossa região”, argumentou, lembrando que a ideia da mobilização começou num primeiro encontro realizado com os prefeitos em fevereiro, na Cachoeira das Andorinhas.

O prefeito de Martins Soares, Ademir Conrado, defendeu que o investimento é pequeno perto de tudo que já foi feito em Santo Amaro. “Por tudo que foi dito aqui tivemos um investimento alto e não lógica essa demora. É pouco que se precisa perto do que já foi feito”, pontuou.

Já a prefeita de Manhumirim, Darci Braga, lembrou que não apenas o turismo, mas outros negócios podem avançar com o aeroporto. “Temos uma região cafeeira forte e muitos empresários deixam de investir justamente por falta dessa estrutura que, hoje em dia, é básica”, afirma.

EMPRESÁRIOS

O empresário Ronald Gripp, do Grupo Caparaó Parque Hotel, participou da mobilização. Atuando em Alto Caparaó, ele deu voz ao que os vários empreendedores do setor de turismo da cidade vivenciam. “Nós perdemos turistas por causa disso. Atualmente, recebemos alguns que fretam voos particulares, mas é visível que esse número podia ser bem maior”.

Empresários de vários segmentos estiveram em Santo Amaro de Minas. Um outro motivo importante é a trágica rodovia da morte. A BR-381 é campeã de acidentes. A viagem entre a região e Belo Horizonte é sempre um risco e normalmente enfrenta enormes retenções. Num avião, são menos de 45 minutos.

O plano dos prefeitos é coletar a assinatura dos que não puderam participar do encontro e viabilizar uma audiência com o Governador Antonio Anastasia. Eles querem convencer o Governo de Minas a incluir Santo Amaro de Minas no Pro-Aero.

Somente depois das obras, as empresas de aviação estarão autorizadas a pousar em Manhuaçu. A partir daí, começa uma segunda luta: convencer as companhias. Por enquanto, a Trip Linhas Aéreas já manifestou seu desejo de operar em Manhuaçu, contudo, como qualquer negócio, vai buscar a viabilidade da linha daqui.

O primeiro passo foi dado: mobilização e pressão política.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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