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Psicanalista participa de projeto de ajuda a crianças no Egito

14/06/2013 - Atualizado em 14/06/2013 17h05

MANHUAÇU (MG) - A experiência brasileira em lidar com crianças em situação de risco foi apresentada pela psicanalista Valéria Carneiro, no Instituto para Crianças em Risco, no Cairo, capital do Egito. Apoiada pela amiga Maria Rai, a dedicada profissional de Manhuaçu foi até a sede do projeto para apresentar experiências, promover cursos e trabalhar o plano de ação do instituto egípcio.

Valéria é natural de Manhuaçu, iniciou sua carreira como educadora. Formada em pedagogia atuou na rede de ensino infantil, fundamental e médio. Foi também responsável por avaliar a qualidade do ensino e sua adequação a legislação com vistas às necessidades do alunado da rede pública.

Formada em psicanálise, reposicionou sua carreira desenvolvendo expertise no tratamento de crianças e adolescentes. Acompanhou durante longo período o processo de formação de alunos em psicanálise como supervisora e analista.

Hoje se dedica exclusivamente à Clínica Recriar, num caminho que perfaz mais de dez anos. Possuindo experiência que une os processos educacionais e emocionais em crianças e adolescentes, Valéria Carneiro foi apoiar a construção da saúde social de indivíduos a partir da plataforma da 3rd Investment - uma organização não governamental que apoia projetos humanitários em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Valéria Carneiro conta que durante o período de vinte dias que ficou no Egito teve como papel treinar, avaliar e ajudar a compor o plano de ação em que o Instituto para Crianças em Risco atua, em especial nas áreas de saúde emocional e terapia com crianças.

A psicanalista conta que também aprendeu bastante: “Foi um choque cultural para mim, mas um momento de crescimento pessoal e profissional muito bom. Há muitas diferenças e isso foi um desafio. A mudança do governo tem sido uma questão que também precisa ser ajustada para esse trabalho. No entanto, os egípcios são muito calorosos, afetuosos”, garante.

Para Valéria Carneiro, o Egito vive hoje o que o Brasil viveu há 30 anos, com o início do movimento de crianças de rua, abandonadas e usuárias de drogas. “A realidade da criança é muito triste. No Egito, quando a mulher é abandonada pelo marido, ela precisa ter outro relacionamento, senão acaba ficando à margem da sociedade. Ela deixa os filhos do primeiro casamento abandonados. E a adoção é uma coisa que não existe ainda no contexto muçulmano. Ainda está se formando essa consciência do problema. Daí a importância do trabalho do instituto”, destaca.

No perfil do público-alvo, encontram-se tanto crianças que representam uma importante mão-de-obra na labuta pelo sustento familiar, característica peculiar de grupos oriundos de contextos rurais cada vez mais presentes no Cairo, quanto crianças órfãs ou que fugiram da pressão dos conflitos familiares.

Hoje, a despeito da dificuldade em afirmar o número exato de crianças em situação de rua no Cairo, é fato que este fenômeno cresce com rapidez na metrópole egípcia e que a idade das crianças que chegam às ruas são cada vez mais jovens.

As atividades do Instituto asseguram a proteção imediata, a garantia dos recursos necessários à sua sobrevivência, e sua inserção em estágios de desenvolvimento que podem abranger da identificação pessoal à reintegração social.

Para Valéria Carneiro, a participação na plataforma da 3rd Investiment é essencial para apoiar projetos humanitários como o do Egito: “Foi muito bom poder me doar para pessoas que estão tão distantes, numa realidade tão diferente e que precisa tanto de ajuda. Foi um crescimento emocional e profissional que transformou a minha vida”, garante.

Valéria atua como voluntária em projetos em Manhuaçu, como a DAREI, e ministra palestras. No dia 18, esteve em Abre Campo, a convite da promotora Dra. Ana Gabriela Brito Melo Rocha e apresentou o tema Combate a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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