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Caratinga também promove manifestação

21/06/2013
 

CARATINGA (MG) - Caratinga viveu nesta quinta, 20/06, um dia atípico a sua rotina. Por volta de 17 horas, a população começou a chegar na Praça Getúlio Vargas, com cartazes, bandeiras, cara pintada, máscaras e nariz de palhaço. O movimento iniciou tímido, mas ao chamado de um grupo de jovens que gritavam “Vem pra rua” em alto tom, mais manifestantes se juntaram. Por volta das 18h, a impressão era que milhares de pessoas já participavam do protesto.

O movimento começou no facebook, mas segundo os manifestantes, apesar do engajamento efetivo de algumas pessoas para que o manifesto acontecesse, o protesto não havia liderança ou organização.

O diretor de Políticas para a Juventude do Município, João Paulo Bramusse, salientou que fez questão de participar de momento histórico no Brasil, mas deixou claro não ser o mentor da manifestação. “Alguém soltou a ideia na internet e a gente compartilhou realmente convidando as pessoas para vir às ruas, porque este é um movimento livre, democrático, apartidário. É contra o sistema que está no nosso Brasil. Ele é um reflexo dos movimentos que vem acontecendo nas capitais e nós também queremos reivindicar nossas demandas”, falou.

A maioria dos manifestantes era jovem, mas pessoas de todas as idades também compareceram: professores, intelectuais, dona de casa, lideres de movimentos sociais e até sindicalistas.

O movimento que seria contra o preço da passagem, acabou sendo um espaço aberto há várias causas, mas a principal reivindicação era  de mais investimento na saúde e educação. “Não é só contra este aumento de 20 centavos na passagem que estamos protestando. Nós estamos aqui hoje por causa das coisas erradas que estão acontecendo no país. Saímos do conformismo e vamos lutar por mais saúde, educação e segurança, cobrando os governos Federal, Estadual e Municipal por isso”, falou o estudante Felipe, de 20 anos.

O jovem Ramon Rocha, de 17 anos, disse que o protesto tem que acontecer principalmente na esfera municipal. “Precisamos olhar primeiro para o nosso nariz. Queremos melhor atendimento no PAM, mais atenção aos bombeiros, hospital de qualidade e infraestrutura”, ressalta.

A cabelereira Sandra, de 36 anos, pintou a cara e cabelo de verde amarelo para protestar. “Talvez nos não consigamos com isso chegar lá no Governo Federal, mas já seria uma vitória muito grande se o prefeito e os vereadores olhassem para nossa necessidade. Queremos educação de qualidade para os nossos filhos, ir ao hospital e ser atendida, a nossa saúde está precária”, reforça.

O líder comunitário João Cabeção também compareceu ao movimento. Ele contou que já luta há vários anos pela causa dos ‘Sem Casa’, e agora, com essa a manifestação popular, sente mais fortalecido. “ Eu acho que o jovem é a força do Brasil e com certeza eles fortalecem muito essa luta. Muito se fala na construção das casas populares, mas até hoje isso não foi feito em Caratinga, então essa é a minha luta. Além disso eu estou aqui também para pedir mais segurança na periferia, que ela que a criminalidade mais acontece”, destaca Cabeção.

A estudante  universitária Bruna Pimenta é da cidade de Governador Valadares, mas mora em Caratinga para estudar. Para ela é uma causa nacional. “O Brasileiro já engoliu muita coisa, mas agora a gente acordou e estamos na rua pacificamente para reivindicar nossos direitos. Não adianta o governo reduzir os 20 centavos apenas, agora a gente está acordado e vai querer muito mais”, desabafou.

A professora Natalia de 23 anos, estava acompanhada de um grupo de educadoras que trabalham em uma escola estadual. De acordo com ela, “já passou da hora do Brasil acordar, mas que bom que isso aconteceu e a gente tem muita coisa para cobrar, inclusive mais investimento na educação”.

O movimento teve realmente caráter pacífico e contou com a participação de crianças. Mesmo com pouca idade e experiência de vida, elas mostraram que entendem bem este momento  e acreditam que podem fazer a diferença para mudar a realidade do país. “ Estou aqui porque minha mãe falou que a gente tem que reivindicar dos nossos governantes o que está errado. Não é só 20 centavos, mas o meu pai trabalha em manhuaçu e por causa deste dinheiro ele perdeu um dia de trabalho. Meu pai e minha mãe trabalham muito e as coisas são muito caras”, argumentou Maria Clara, de 09 anos. Já a pequena Lara Luiza, também de  9, disse acreditar que pode contribuir para que a situação melhore. “Eu acho que se todo mundo vir para rua a gente vai conseguir um futuro melhor”, declara.

Os manifestantes decidiram o trajeto que fariam ali mesmo na Praça. Por volta de 18h40 eles seguiram para a BR 116.

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