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Segurança

Tropa de choque da PRF dispersa manifestação em Realeza

08/07/2013 - Atualizado em 08/07/2013 09h16
 

REALEZA / MANHUAÇU (MG) - Terminou por volta das 17 horas, com intervenção da Tropa de Choque da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o segundo protesto sobre o baixo preço do café e as dívidas dos cafeicultores, em Realeza, distrito de Manhuaçu.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a intervenção foi necessária porque os manifestantes não cederam aos pedidos de liberação das pistas das BRs 262 e 116. O trevo ficou interditado durante seis horas.

DOIS MOMENTOS

A manifestação em Realeza teve dois momentos distintos até ser dispersada. Na primeira parte, logo pela manhã, representantes de entidades ligadas a cafeicultura e lideranças políticas participaram do ato com a presença de cafeicultores da região.

Com cartazes e faixas, o grupo acompanhou as declarações de autoridades e líderes do movimento. Por volta de 10:30, resolveram fechar as duas rodovias no trevo de Realeza.

Utilizando sacos de café e pneus, botaram fogo em pequenas barricadas feitas nas pistas nos quatro sentidos. Com a intervenção da PRF, o trânsito de ambulâncias e veículos de emergência foi autorizado.

No ato realizado nesta segunda, os manifestantes reivindicam a redução de impostos de insumos, a garantia de pagamento de um preço justo pelo café e a negociação de dívidas da agricultura familiar com os bancos.

O presidente da Associação da Agricultura Familiar do Leste de Minas, Admar Soares, diz que foi formada uma Câmara dos Municípios do Café das Matas de Minas para representar as demandas regionais.

Segundo Admar Soares, a mobilização de hoje já rendeu resultados. Uma pauta de reivindicações foi aprovada entre os cafeicultores e autoridades dos poderes Executivo e Legislativo da região que estiveram no trevo de Realeza nesta manhã. O documento será levado a Brasília (DF).

RESISTÊNCIA

A segunda manifestação em uma semana começou pacífica e os líderes do movimento se retiraram do local por volta de 13:30. Porém, parte dos manifestantes decidiu ficar.  Um dos manifestantes explicou o motivo da resistência: “Nós fomos convocados para fechar a estrada e só iríamos sair quando viesse um representante do governo. Ninguém veio dar satisfação para a gente, então vamos continuar aqui. Chamar a polícia para nós é fácil. Porque não vieram conversar com a gente sobre os nossos pedidos?”, questionou.

Houve negociação para liberar as duas rodovias, mas um grupo de pessoas insistiu em manter as pistas fechadas nas rodovias BR-262 e 116. Houe, inclusive, algumas incitando o confronto, enquanto a maior parte dos cafeicultores e os líderes do movimento já havia ido embora.

Segundo o Inspetor Fernando César, da Polícia Rodoviária Federal, houve negociação e o que estava acertado foi descumprido por um grupo de agitadores. “Como a imprensa acompanhou desde o início, fizemos a negociação. Primeiro, conseguimos a liberação de veículos de emergência, como ambulâncias ou carros com pessoas doentes. Depois, às 13 horas houve uma reunião com os líderes do movimento e foi decidido que seria liberado as 13:15. A estrada chegou a ser reaberta, porém algumas pessoas ficaram incitando os outros para prosseguir com a manifestação. Passaram dos limites do que foi acertado”.

Ele argumentou que durante toda a tarde tentaram acordo com os manifestantes. “Continuamos a negociação, mas foi necessário vamos utilizar de outros meios para garantir a liberação da rodovia. A negociação foi até o último momento”, afirmou.

Com três helicópteros, uma tropa de choque da Polícia Rodoviária Federal aterrissou em Realeza por volta de 16 horas. Com bombas de efeito moral, os agentes da PRF dispersaram o grupo em poucos minutos. Não houve confronto direto e ninguém se feriu.

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Pouco tempo depois, o trânsito foi reaberto. Equipes do Corpo de Bombeiros fizeram a limpeza da pista. Policiais militares de Manhuaçu participaram da ação e tentaram também nas negociações com os manifestantes. A fila formada nos quatro sentidos ainda demorou algumas horas para acabar.

Jailton Pereira - Eduardo Satil - Fotos José Carlos Lovantino / Lovantino News
 

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