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MANHUAÇU (MG) - Manhuaçu está recebendo pesquisadores, técnicos, engenheiros agrônomos e produtores de café da região para um encontro do programa Café e Clima (Coffee & Climate, da sigla C&C em inglês). O evento é na AABB e tem duração de três dias com palestras e debates.
A iniciativa foi lançada há cerca de quatro anos e nasceu para apoiar os produtores de café com relação às mudanças das condições climáticas em todo o planeta. Na região, os temas e pesquisas mostram como o clima está sofrendo mudanças e a repercussão na cafeicultura de montanhas das Matas de Minas.
A iniciativa C&C coleta e consolida as melhores práticas para a adaptação de acordo com a região, somando esforços de pesquisadores e empresas. Os cafeicultores participam de atividades práticas de treinamento, ajudando-os a encontrar estratégias que atendam às suas necessidades.
A Fundação Hanns R. Neumann, braço social do Neumann Kaffee Gruppe – líder mundial em comercialização de café, tem realizado ações em parceria com empresas privadas e instituições públicas voltadas para debater, pesquisar e oferecer aos cafeicultores, sobretudo de base familiar, um conjunto de ferramentas para enfrentar o cenário de mudanças climáticas na cadeia do café.
O diretor-técnico, Máximo Ochoa, destacou na abertura do evento a importância do tema e justamente a escolha de Manhuaçu pela condição de polo regional na produção e comercialização de café.
A fundação apoia as pesquisas com diferentes focos, entre eles, mudanças climáticas, qualidade do café, boas práticas agrícolas, beneficiamento e comercialização.
A palestra apresentada pelo Pesquisador da Embrapa e Epamig, Willians Ferreira, foi justamente na linha de café e clima. “É extremamente importante o produtor se preocupar com a questão do clima diante das mudanças que estão ocorrendo. O clima é um fator limitador na produção do café. A região da Zona da Mata exige muita atenção para isso, especialmente por conta do relevo montanhoso”, pontou.
Willians ainda alertou que muitos fatores não têm volta e exigem ajustes dos produtores. “Eles terão que adaptar a produção às mudanças climáticas. A preocupação não é apenas com a quantidade, mas também melhorar a qualidade. Entender os efeitos dessas mudanças na região é fundamental para o futuro da propriedade”.
A professora Maria Aparecida Sales considerou a palestra muito atual para a região que tem uma economia muito centrada no café e sofrerá impactos das mudanças climáticas na produção. “É importante que os pesquisadores parem para pensar em como as mudanças climáticas irão afetar a vida das pessoas em geral, mas em particular para a cafeicultura. O objetivo é que esse grupo de participantes possa sair unido para debater esse tema e promover estudos para encontrar caminhos que deverão ser adotados futuramente”.
Jailton Pereira - portalcaparao@gmail.com