Portal Caparaó - Ciúme doentio do cunhado motivou assassinato de farmacêutica
Segurança

Ciúme doentio do cunhado motivou assassinato de farmacêutica

04/02/2017 - Atualizado em 06/02/2017 16h08

MANHUAÇU (MG) - O ciúme doentio é apontado pela Polícia Civil como a motivação para que um rapaz assassinasse a farmacêutica Joana Soares Benfica, de 27 anos, no início de janeiro, em Manhuaçu. O inquérito foi concluído pelo Delegado Guilherme Mariano e remetido à Justiça. O suspeito Albino Lino Vieira se apresentou à Polícia Civil dias após o crime.

O corpo de Joana foi encontrado no dia 03 de janeiro, pela manhã, por colegas de trabalho dela, que foram até a casa após ela não comparecer ao trabalho na farmácia próxima ao bairro Petrina e não atender as ligações.

Desde o dia do crime, amigos da vítima culpam o cunhado dela, de 45 anos, pelo crime. Segundo as informações, Joana estava sendo perseguida pelo suspeito, que morava em Durandé. “Ele era casado com a irmã dela, mas tinha uma espécie de obsessão por ele. Acontece que ela não aceitava se relacionar por ele, e mesmo assim ele ficava trás dela”, explicou uma amiga de Joana, que pediu para não ser identificada.

Os peritos da Polícia Civil observaram várias perfurações no corpo de Joana. A faca usada no crime foi encontrada cravada no estômago da mulher. O corpo da farmacêutica foi encontrado caído no quarto dela, mas marcas de sangue foram vistas na cozinha da casa, o que evidencia, segundo os peritos, que houve luta corporal entre vítima e suspeito.

Vizinhos da mulher contaram ter visto um homem com características semelhantes ao cunhado da vítima ir à casa dela na noite do crime, em uma moto, por volta das 23h.

Segundo a Polícia Militar (PM), apesar de os vizinhos terem ouvido gritos de uma briga na casa, eles não acionaram a corporação. Como o cadeado do portão da casa estava arrombado, suspeita-se que a casa tenha sido invadida. A farmacêutica morava sozinha e trabalhava há cerca de três anos em Manhuaçu.

INQUÉRITO CONCLUÍDO

A Delegacia de Homicídios de Manhuaçu encerrou as investigações e remeteu o inquérito policial à Justiça.

A equipe de policiais civis, coordenada pelo delegado Guilherme Mariano, começou a levantar a vida pregressa de Joana, ouviu pessoas mais próximas e traçou os últimos passos antes do homicídio.

Testemunhas ouvidas na fase de investigação apontaram que uma moto era vista com frequência na casa da vítima.

A polícia concluiu que o suspeito de praticar o crime seria o cunhado da vítima, tendo como motivação o "ciúme doentio" por parte do investigado.

Dr. Guilherme Mariano explica que, ao final da investigação não restou dúvida, para opinar pelo indiciamento do cunhado da vítima. "O inquérito foi remetido à apreciação do Ministério Público e do Poder Judiciário. O investigado se apresentou dias após o crime, mas manifestou falar somente em juízo. Os investigadores fizeram todos os levantamentos e os indícios apontam e levam ao suspeito", conclui o delegado.

No dia em que o suspeito foi apresentado à autoridade policial, o Poder Judiciário não havia apreciado, ainda o pedido da Prisão Preventiva solicitada pelo Polícia Civil. Assim sendo, o acusado saiu pela porta da frente.

Dois dias depois, foi expedido o mandado de prisão e agora o acusado é considerado foragido da Justiça.

DEFESA

Em nota, a defesa de Albino Lino Vieira, informou que, ao contrário do que está sendo noticiado, ele não foi preso – apesar de ter contra si já expedido um mandado de prisão.

Albino se apresentou, espontaneamente, por orientação de seu advogado, no dia 10 de janeiro de 2017. Na aludida apresentação foi colhido seu depoimento e Albino lançou mão de seu direito constitucional de permanecer em silêncio e expor os fatos apenas na presença do Juiz de Direito da Comarca de Manhuaçu, na fase judicial do procedimento.

Apesar de ter se apresentado espontaneamente a prisão preventiva foi decretada por razões que a defesa ainda desconhece haja vista foi cerceado o direito de ter acesso aos autos do inquérito na Delegacia de Manhuaçu, fato este que, inclusive, motivou a impetração de um Mandado de Segurança junto à justiça local.

Nos dizeres da defesa, representada pelo advogado Glauco Murad Macedo, "Albino apresentou-se espontaneamente e já demonstrou interesse de responder à justiça e arcar com todas as consequências a ele impostas".

Redação do Portal Caparaó

O Portal Caparaó não se responsabiliza por qualquer comentário expresso no site ou através de qualquer outro meio, produzido através de redes sociais ou mensagens. O Portal Caparaó se reserva o direito de eliminar os comentários que considere inadequados ou ofensivos, provenientes de fontes distintas. As opiniões são de responsabilidade de seus autores.