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Prefeita Cici Magalhães anuncia adiamento da Feira da Paz

02/11/2018 - Atualizado em 04/11/2018 11h46

MANHUAÇU (MG) - “Não podemos ser irresponsáveis num momento tão delicado. A situação dos municípios é desesperadora. Temos que preservar os salários dos colaboradores. Acho injusto comemorar uma festa, enquanto muitos estão passando por dificuldades”. A frase resume a decisão da Prefeita de Manhuaçu, Cici Magalhães, em adiar a Feira da Paz. O anúncio foi feito durante reunião da Câmara Municipal, na noite de quinta-feira, 01/11.

Segundo Cici Magalhães deixou claro aos vereadores, os constantes atrasos por parte do Estado de Minas Gerais no repasse dos recursos financeiros constitucionais impactam diretamente nas contas da gestão municipal.

“Hoje, o Estado deve a Manhuaçu o valor de 21 milhões e 700 mil reais. Parte dela é discutível com o Governo de Minas, mas cerca de 9 milhões são recursos nossos que o Estado se apropriou indevidamente. O Estado recebeu o dinheiro do contribuinte, deveria passar o ICMS para cada município e não está fazendo o repasse. No nosso caso, são 9 milhões entre ICMS e Fundeb que não recebemos até agora”, resumiu.

Cici afirmou que trabalha, desde o início da gestão, com uma folha de pagamento reservada para alguma eventualidade. Como é integrante da diretoria da Associação Mineira de Municípios, está mais próxima das informações e das decisões. Desde o início dos atrasos do Fundeb, sua primeira atitude foi ingressar na Justiça contra o Estado.

No entanto, segundo a prefeita, o cenário só tem ficado mais difícil: “Há um mês, eu diria que a nossa situação era confortável. Hoje, é preocupante. Tem duas semanas que não recebemos os repasses do ICMS e o Fundeb, que já estávamos sem receber. Mesmo assim, Manhuaçu, pelo que sei, foi a única cidade da região que conseguiu pagar o salário dos funcionários no último dia de outubro. Estamos em dia com os servidores e já pagamos metade do 13º. Eu vejo muitos municípios que não estão conseguindo quitar a folha e nem sabem como irão fazer com os próximos meses. Isso nos deixa cada dia mais preocupados”.

FEIRA DA PAZ

Sobre a Feira da Paz, que virou assunto nos últimos dias, a Prefeita Cici conta que havia feito uma programação para a festa ser realizada no aniversário da cidade, neste final de semana. “Olhamos programação e estava tudo certo para ser licitado e contratados. Depois, resolvi adiar para dezembro, justamente por conta dessa preocupação com a falta de repasses do Estado. Hoje, fiz uma reunião no gabinete com a equipe de governo e decidi que vamos aguardar mais um pouco”.

Segundo a prefeita, a gestão dos recursos públicos, tem que levar em conta prioridades. “Não posso ser irresponsável de chegar no final de novembro e dezembro sem ter recursos para pagar funcionários e fazer uma festa. É uma falta de respeito com os nossos colaboradores. É também um absurdo fazermos comemoração enquanto as cidades vizinhas estão passando dificuldades”.

Nos últimos dias, as Prefeituras de Viçosa, Muriaé e Carangola, por exemplo, decretaram situação de emergência financeira. A Casa de Caridade de Carangola suspendeu atendimentos do pronto socorro que eram bancados pela prefeitura e o município não está pagando. Isso vai impactar aqui. O paciente, de Alto Jequitibá, Caparaó, Alto Caparaó, sabendo que lá não está funcionando, vai vir para Manhuaçu.

“Temos que ter responsabilidade nesse momento na gestão do dinheiro público para não vir a faltar para os serviços básicos de saúde, pagamento dos funcionários e dos fornecedores. Que são obrigações que temos e as pessoas não podem esperar. Vejo diversos municípios decretando estado de calamidade financeira e não serei irresponsável nesse sentido de fazer uma festa e gastar 500 ou 800 mil enquanto temos outras obrigações para cumprir”, finalizou.

Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br

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