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Três décadas de futebol de solteiros contra casados no Córrego São Paulo

30/12/2018 - Atualizado em 30/12/2018 08h58

SANTA MARGARIDA (MG) - Wantuil José de Souza, conhecido popularmente como Tuílho, em uma de suas vindas de Belo Horizonte, no feriado de Natal ao Córrego São Paulo, em Santa Margarida-MG, reuniu alguns amigos e conhecidos para jogar futebol, esporte que já era tradição na comunidade, inclusive já trazia na sua historia vários troféus, ganhados com os times, São Paulo e Paulistano.

Nesse primeiro encontro, por iniciativa do Wantuil, apenas, com desejo de confraternizar entre amigos, sem interesse algum, de fazê-lo tradição, nasce um nome: “Solteiros contra Casados”, Tuílho teve a ideia do nome, numa conversa informal com os amigos e parceiros. Estando rodeado por pessoasapaixonadas por futebol,já acostumados com desafios, jogos competitivos, logo abraçaram a ideia e começaram a movimentar e convidar outros que tinham o mesmo apreço por tal esporte.

Alguns homens que comungaram e partilharam da ideia, a mantiveram até os dias de hoje. São eles Sebastião das Graças Freitas, Sebastião Luis Leite, Geraldo Cláudio Basílio, Ricardo Campos Magalhães, Célio Ilídio dos Santos, Francisco Raposo Filho, Geraldo Dutra Raposo, José Basílio Gomes, José Rogério Rosa, Francisco Campos Magalhães.

No ano seguinte, obtiveram a ideia de que só futebol e churrasco não seria o bastante precisaria de algo mais para movimentar toda a comunidade, então, ofereceram jantar e muita musica típica da região, como por exemplo,sertanejo raiz e forró. O sucesso do evento foi tamanho, que nos anos seguintes aglomeravam mais de 1.000 pessoas. No dia 24/12, passou a ser um dos eventos esportivos mais importantes da cidade.

Era o dia inteiro de muita festa, brincadeiras, um bom papo e claromuito futebol e rivalidade, os solteiros (homens e mulheres) torciam pelo time dos solteiros e os casados (homens e mulheres) torciam pelo time dos casados. Muitos foguetes, rojões e apostas eram feitas durante e antes do jogo. Mulheres, homens e crianças ficavam ao lado do campo, sobre o barranco e tambémem galhos de arvores para não perder nenhum lance.

Após o futebol muitas observações sejam elas negativas ou positivas eram feitas entre os torcedores e jogadores, e obviamente piada e gozação acontecia, principalmente com aqueles que perderam.No primeiro jogo que aconteceu em 24/12/1988 no campo do Chico, os vencedores foram os casados.Este ano na comemoração dos 30 anos, os casados ganharam novamente pelo placar de 3 a 1.

Dois dos pioneiros do jogo Solteiros X Casados: Sebastião das Graças Freitas e Geraldo Cláudio Basílio

E a cada ano que passava mais gente participava, ao ponto de ter seis times, trêstimes de solteiros e três times de casados.

O mais interessante, segundo o Senhor Sebastião das Graças Freitas, era a generosidade das pessoas para o evento, toda a comunidade fazia questão de doar,alimentos ou dinheiro. Toda arrecadação feita era investida no evento e caso sobrasse algum dinheiro, era guardado para o ano seguinte e se sobrasse algum alimento era distribuído para as pessoas, que por sua vez, no ano seguinte doavam na mesma quantidade que receberam.

O Senhor Francisco Raposo Filho salienta a importância do trabalho em equipe e o quanto este é importante para a construção e desenvolvimento humano, na coletividade e no aprendizado respeitoso para com o outro.

Francisco Campos Magalhães rememora o espírito de Natal vivenciado, devido à partilha que existia e existe, onde todos faziam e fazem suas colaborações, sem preconceitoe discriminação todos assentam na mesma mesa. 

A grande magia do Natal está justamente na generosidade e no amor. “Solteiros contra Casados”, expressa justamente o amor e a partilha. Onde muitos não têm oportunidade de cear com parentes e amigos, de abraçar, compartilhar histórias, suas tristezas e alegrias, seus sonhos, encontram neste evento, neste momento, pessoas para abraçar, ouvir e assentar à mesa.

Parabéns a toda comunidade do Córrego São Paulo pela iniciativa e manutenção de um esporte tão fraterno e espirituoso. Que muitos outros 30 anos possam ser comemorados.

Prof. Wanderson Fernandes de Oliveira

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