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Covid-19: Gestor analisa as lições do coronavírus e os desafios das faculdades brasileiras

06/04/2020 - Atualizado em 06/04/2020 22h09

MANHUAÇU (MG) - A pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, virou de cabeça para baixo a realidade das faculdades, dos centros universitários e das universidades brasileiras. Em questão de poucos dias, elas se viram obrigadas a suspender aulas presenciais.

Desde a semana passada, a Faculdade do Futuro, em Manhuaçu, como a maior parte das instituições migrou para o ensino remoto, respaldadas pelo Ministério da Educação. Ao mesmo tempo, as instituições precisaram buscar soluções que atenuassem os efeitos da crise na rotina de alunos, professores e colaboradores.

Devido a necessidade de isolamento social, o desafio era – e ainda é – imenso às Instituições de Ensino Superior. Como organizar aulas a distância para milhares de alunos dos cursos presenciais? Como apoiar estudantes durante a paralisação?

Para saber como foi a tomada de decisão nessas e outras questões, o portal Desafios da Educação ouviu gestores de cinco instituições de ensino superior privadas. Entre os representantes entrevistados, o diretor administrativo da Faculdade do Futuro, em Manhuaçu, Guilherme Ligieri de Almeida.

As outras instituições que participaram da entrevista foram: Ruy Guerios, CEO da Faculdade Eniac, em Guarulhos (SP); Marcello Nitz, pró-reitor acadêmico do Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano do Sul (SP); Rogério Augusto Profeta, reitor da Uniso, a Universidade de Sorocaba (SP) e Marcos Kutova, gerente de EAD da PUC-Minas.

Os depoimentos trazem lições de resiliência, empatia e engajamento. E mais: como o apoio da tecnologia para superar a crise vai mudar o futuro da educação.

De acordo com o Guilherme Ligieri de Almeida, diante das restrições impostas a partir do dia 17 em Manhuaçu e no estado de Minas Gerais, tiveram que agir rápido para lidar com a suspensão. “Estávamos observando o que acontecia no resto do mundo. Vimos algumas instituições da Europa parando e substituindo as aulas por atividades online. Cerca de uma semana antes das paralisações aqui, em Minas Gerais, preparamos nosso AVA (ambiente virtual de aprendizagem) e capacitamos professores. Assim, conseguimos planejar e ter uma estratégia de transição. Por isso, não houve ruptura. Desde o primeiro dia de paralisação, disponibilizamos a nossa plataforma para 1.800 alunos”, destaca.

O diretor Guilherme de Almeida explica que o engajamento dos professores e coordenadores foi muito importante para essa reação frente ao novo cenário. Havia a dificuldade com parte do corpo docente que não estava habituada com o uso de algumas tecnologias e também com as limitações de acesso à internet por parte dos alunos.

“Tivemos que capacitar todo mundo em tempo recorde, em um trabalho de amparo muito próximo aos alunos e professores. Nossa grande vitória foi superar as dificuldades e limitações internas de conhecimento nessas tecnologias. Devemos o sucesso desse projeto ao engajamento dos professores, o que repercutiu em uma experiência muito positiva para os alunos”.

TECNOLOGIA

Para Guilherme de Almeida, agora, mais do que nunca, as instituições que não se adaptarem para serem tecnológicas vão ficar fora do mercado. O mercado demanda a presença de soluções digitais. Não só para as aulas, mas também para os serviços, como rematrícula online, demandas de secretaria, solicitações, atendimentos.

Ao mesmo tempo, a instituição em Manhuaçu acompanha os desdobramentos da pandemia da Covid-19 para lidar com problemas financeiros que irão afetar todos os setores produtivos.

“Nos preocupamos com o que vem depois da quarentena. Temos que estar preparados para um cenário de deterioração econômica. Vamos precisar de soluções inteligentes para não ter evasão de alunos por motivos financeiros. Não tivemos pedidos de suspensão das mensalidades, pois não houve ruptura na prestação dos serviços. Mas alguns alunos estão perdendo poder aquisitivo. São profissionais liberais e ficaram sem renda. Precisamos ser sensíveis para oferecer as melhores soluções para eles se manterem estudando”, analisa.

Com informações do Portal Desafios da Educação

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