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Produtores e empresas se unem para levar café sustentável ao Japão

10/07/2024 - Atualizado em 10/07/2024 16h31

LAJINHA (MG) - A trading japonesa Marubeni assinou um acordo com a Cooperativa dos Cafeicultores da Região de Lajinha (Coocafé) e a NetZero, green tech francesa, para embarcar para o Japão café sustentável produzido na região de Lajinha (MG) com biochar da NetZero.

De acordo com Fukui Yoshinori, representante da Marubeni no Brasil, o biochar é uma inovação que vai ajudar a empresa a cumprir seu compromisso de ajudar a garantir a sustentabilidade do setor cafeeiro no mundo.

“Identificamos o biochar como uma tecnologia potencialmente revolucionária, capaz de lidar com as preocupações ambientais e de produtividade. Para apoiar e promover essa abordagem inovadora, a Marubeni começou a comprar café de fazendas que usam o biochar em suas práticas de cultivo”, afirmou Yoshinori. O executivo disse que o objetivo é incentivar a ampla adoção do biochar na produção de café.

Yoshinori disse ainda que, mesmo apresentando resultados promissores, é necessário que sejam feitas mais pesquisas sobre os efeitos do uso do biochar. “A Marubeni está monitorando de perto esses resultados e tem o compromisso de continuar apoiando a pesquisa e a aplicação do biochar na cafeicultura”, disse o executivo.

Fernando Cerqueira, diretor presidente da Coocafé, disse que 40 produtores da região de Lajinha vão fornecer o café feito com produção sustentável à Marubeni. “É uma nova porta de entrada para a Coocafé, o que reforça nossa posição de defender os interesses dos cooperados, inclusive de sempre buscar novos mercados. Tenho certeza de que este é apenas o começo de muitas outras oportunidades que podemos ter com café produzido com biochar”, afirmou Cerqueira.

O biochar é um condicionador de solo que aumenta a produtividade e reduz o uso de fertilizantes, além de ajudar na fixação do carbono atmosférico no solo. A NetZero mantém uma planta industrial em Lajinha, onde produz biochar em uma parceria com a Coocafé, que reúne mais de 10 mil cafeicultores.

Os produtores fornecem milhares de toneladas de resíduos do processo de envelhecimento do café à NetZero e esses resíduos são transformados em biochar.

A NetZero, que opera em Camarões e no Brasil, é premiada internacionalmente pelo seu modelo de obtenção do biochar. No Brasil, a empresa possui duas fábricas, em Lajinha e Brejetuba (ES). Em maio, a green tech foi selecionada como finalista da competição Xprize Carbon Removal da Musk Foundation.

Por Cibelle Bouças — Belo Horizonte / Globo Rural

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