MANHUAÇU (MG) - O reconhecimento ao trabalho de uma pessoa se faz, através de gestos ou de um agradecimento. Com esse pensamento, a diretoria da Pro Rio Manhuaçu prestou homenagem à dona Cacilda Faltz Teixeira, que neste sábado, 31, completou 99 anos de vida. A aniversariante recebeu com um largo sorriso, os filhos, netos, convidados e integrantes da Pro Rio Manhuaçu, para celebrar o seu dia.
Em meio a alegria, diretores da entidade entregaram um bouquet de flores e um certificado, como forma de agradecimento a uma pessoa que, ao longo de sua vida sempre preocupou com as questões ambientais, sendo uma das promissoras para a criação da Pro Rio Manhuaçu. O certificado destaca o agradecimento “pelo carinho e apoio que tem até hoje pela Pro Rio Manhuaçu, desde a sua criação. Receba em nome de todos os membros e diretores essa singela homenagem e os mais sinceros agradecimentos”, diz a mensagem.
A história de dona Cacilda Faltz Teixeira caminha junto com a Pro Rio Manhuaçu, desde 1998, em que os moradores da Rua Júlio Bueno sofreram com a enchente de 1997, e as casas completamente inundadas. Pessoas de barco fazendo “ondas”, a água adentrando às residências e, a moradora preocupada mobilizou todos os moradores. Juntamente com Keller Filgueiras, Kennedy, Milton Filgueiras e Fernando Moreira passaram a discutir a criação de uma entidade, que pudesse levar as reivindicações e o sofrimento dos moradores às autoridades, para tomarem providências. Elizabeth Gomes, conta que a primeira reunião contou com a presença de 283 pessoas na Escola Estadual Maria de Lucca Pinto Coelho, para discutirem solução do problema, que assolava centenas e centenas de famílias residentes na Rua Júlio Bueno.
O ex-diretor da Pró Rio Manhuaçu, que, atualmente não participa da organização relembra de alguns momentos importantes. Ele conta que, dona Cacilda Faltz Teixeira sempre foi uma pessoa dedicada e preocupada com essas questões. Ele ressalta que, a criação da Pro Rio Manhuaçu, em 2023, foi exatamente para buscar solução aos sérios problemas enfrentados pela população ribeirinha, além de tirar o “empirismo ou achismo”, que a população acreditava que fosse a solução. Muitas pessoas imaginavam que a solução era estourar pedras no bairro Engenho da Serra ou dragar o rio e, nunca estudos técnicos e profissionais para as soluções a serem apresentadas aos Executivos a nível municipal, estadual ou federal.
O surgimento da entidade como solução dos problemas
Em 2003, a Pro Rio Manhuaçu foi constituída com a participação de médicos, dentistas, advogados, profissionais liberais, comerciantes, empresários e moradores que sofriam as enchentes. “Nesse momento, dona Cacilda foi uma das fundadoras e sócias da Pro Rio Manhuaçu. Uma pessoa que acreditou na ideia e, como sócia contribuinte, fundadora participa até hoje das questões da ONG. É uma pessoa ímpar, com uma formação voltada às questões sociais. Participou do desfile de 7 de setembro do ano passado, como integrante assídua da Pro Rio Manhuaçu”, destaca keller Filgueiras.
O ex-diretor relembra do grande passo e fomento da entidade foi em 2008, quando um estudo realizado pela UFV, apontando soluções para as inundações de enchentes em Manhuaçu foi apresentado à população. Embora o trabalho não tenha evoluído, não sendo possível colocar em prática o estudo feito pela UFV e pela UFMG, quanto ao sistema de alerta, questões técnicas, sistema de monitoramento viável. Porém, tudo continua somente no papel. “Hoje não participo da Pro Rio Manhuaçu, mas, os avanços ligados ao meio ambiente também têm sido fundamentais. Atuação em reflorestamento como as áreas da Fumaph, Centro Pastoral Bom Pastor e área na RPPN Irmã Sheila. Hoje, a Pro Rio Manhuaçu é referência ao tema “enchentes na cidade” e reflorestamento em áreas assoreadas. A contribuição tem sido singular para outras organizações, que lutam e defendem o meio ambiente”, pontua o ex-diretor Keller Filgueiras.
Eduardo Satil / Rádio Caparaó 107,5 FM