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Produtores da região conseguem certificação inédita

11/12/2009

O grupo Agricultura Sustentável da Associação de Cafés Especiais de Minas Gerais (Scamg) comemorou na quinta-feira, 29, a primeira certificação Rainforest Alliance para fazendas da Zona da Mata e Leste de Minas Gerais. A certificação vem colocar a cafeicultura da região no foco da produção sustentável, com a garantia de conservação dos ecossistemas e na promoção de condições especiais aos trabalhadores rurais.

Cinco produtores e dez propriedades rurais passaram pelo processo de certificação Rainforest Alliance. Durante toda a semana, técnicos do Imaflora visitaram propriedades e avaliaram o cumprimento dos princípios do programa. Na quinta-feira, em reunião na Scamg eles divulgaram o resultado: o grupo foi certificado.

EXIGÊNCIA

Os processos de certificação para cafés avançam em todo o mundo, não apenas como diferencial, mas principalmente como exigência do mercado. O consumidor lá fora quer ter a certeza que o café produzido no Brasil respeita a biodiversidade e dignifica o trabalhador rural. Para atender a esta demanda, os importadores exigem não só a qualidade da bebida, mas também que o café seja certificado sob critérios sustentáveis. Não apenas como filosofia, a rastreabilidade do café faz parte das diretrizes econômicas da propriedade, organizando os registros do processo produtivo e garantindo transparência nas transações comerciais, valorizando o produto final.

O certificado Rainforest Alliance é auditado no Brasil pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, Imaflora, cujo sistema envolve a adaptação de padrões estabelecidos pela Rede SAN (Sustainable Agriculture Network). O selo Rainforest Alliance tem grande aceitação no mercado norte-americano e europeu.

Produtores da SCAMG já possuem outras certificações internacionais que agregam valor ao seu produto, como Utz Kapeh. O diferencial do Rainforest Alliance é que ele certifica a propriedade e tudo que ela produz e não apenas o café.

Grupo certificado da SCAMG

“As dez propriedades são as primeiras fazendas na Zona da Mata a receberem um selo focado no social e ambiental das propriedades. Isso prova o atendimento às normas trabalhistas, relacionamento com os empregados e a comunidade e o respeito ao meio ambiente”, comemorou o produtor Marcelo Garcia, presidente da SCAMG e um dos produtores certificados.

PREÇO MELHOR

Marcelo explica que a certificação é benéfica para quem compra, mas principalmente para quem produz. É natural que o processo exija investimentos e mudanças de comportamento, mas o café é mais valorizado. “O objetivo é vender esse café com um preço um pouco maior. O consumidor pode optar por um café comum ou por um que é garantido. Ele sabe que esse café foi produzido respeitando as normas ambientais e que, ao comprar, ele não está contribuindo para o trabalho infantil, trabalho escravo, destruição do meio ambiente ou dos ecossistemas. Esse que é o foco. Ou seja, o consumidor se dispõe a pagar um pouco mais por isso”.

A SCAMG trabalha com dois pilares: tentar diminuir as despesas fazendo compras em conjunto e adquirir insumos mais baratos e, no outro lado, valorizar o produto. “Gastar menos e receber mais pelo produto, mas respeitando as normas”, esse é o ideal.

Carlos Henrique Cruz - 00:31

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