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SÃO JOÃO DO MANHUAÇU (MG) - O Governo de Minas divulgou os nomes dos 90 primeiros alunos selecionados para participar, em 2026, do programa Passaporte Mineiro do Conhecimento, iniciativa que oferece intercâmbio com todas as despesas pagas a estudantes da rede pública. Na região de Manhuaçu, Yasmin Araújo Silva, estudante do 1º ano da Escola Estadual Professor Juventino Nunes de São João do Manhuaçu, foi a jovem selecionada.
Segundo a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), os selecionados terão um ano letivo no exterior totalmente custeado, incluindo passagens, hospedagem, alimentação, documentação e seguro. Eles poderão estudar em até 28 países — entre os destinos estão Alemanha, Canadá, Japão, África do Sul e Austrália.
O projeto, pioneiro no país, vai beneficiar 150 adolescentes matriculados no ensino médio em tempo integral; os outros 60 contemplados devem ser anunciados até o fim do ano.
Nesta edição, cerca de 3,1 mil estudantes se inscreveram. Desses, 500 avançaram para a fase de pré-seleção e 300 chegaram à etapa final, que incluiu trilhas formativas e entrevistas presenciais. Ao todo, 75 escolas de 69 municípios mineiros tiveram alunos aprovados. A maioria dos selecionados é composta por meninas que se declaram pardas e vêm de famílias em situação de vulnerabilidade social.
O governador Romeu Zema comemorou o resultado. “Esse é um projeto pioneiro no Brasil e um orgulho para nós, porque mostra que a educação pública pode, sim, mudar destinos”, afirmou. O vice-governador Mateus Simões ressaltou que a iniciativa “representa um investimento no futuro de Minas Gerais” e que os estudantes poderão trazer novas ideias para suas comunidades. Já o secretário de Educação, Rossieli Soares, pontuou que o programa “abre horizontes, amplia sonhos e conecta nossos estudantes ao mundo”.
Histórias de edições anteriores ilustram o impacto do Passaporte Mineiro do Conhecimento. Ana Martins, de 17 anos, aluna de Ibirité, está na Itália graças ao projeto. “Pela minha realidade social, nunca seria possível fazer um intercâmbio”, contou. Outro caso é o de Rafaella Pereira dos Santos, 16, de Itamarandiba, que classificou a experiência como “uma das melhores da minha vida”.
Para participar do programa, os estudantes precisam ter bom desempenho acadêmico, frequência regular e não possuir histórico de reprovação. Após a inscrição, eles passam por atividades formativas, que abordam temas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e, em seguida, por entrevistas que avaliam seus projetos de vida e a maneira como entendem a importância de uma experiência internacional. Somente após esse processo os nomes dos contemplados são divulgados.