MANHUAÇU (MG) - Faleceu neste domingo, 07/09, o ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), o expedicionário José Tito Pimentel que completou 105 anos de idade no dia 4 de janeiro. Morador de Manhuaçu, ele era um dos últimos remanescentes que combateram a 2ª Guerra Mundial.
O expedicionário José Tito Pimentel mantinha viva a memória de tudo que passou no campo de guerra na Itália. “Era uma tormenta no campo de batalha, bomba caindo para todo lado e nós avançando, um frio que nunca tinha sentido, eu era municiador de atirador de metralhadora ponto 50, gente!”, contou o pracinha, durante entrevista em 2024 ao Jornal das Montanhas.
O ex-combatente da FEB, José Tito Pimentel, foi reformado como 2º tenente do Exército.
José Tito, apesar de tudo o que passou, sempre falava com gratidão ao Exército Brasileiro por tudo que tem. “Eu ingressei nas fileiras do Exército na 5ª Cia/II do Batalhão 11º RI, embarcamos na segunda viagem do Rio de Janeiro para a Itália. Quando começou a navegar, todos nós olhávamos para as terras que iam ficando para traz, quando as vistas não alcançaram mais as terras brasileiras, você olhava em volta e via todos com lágrimas nos olhos, e ali começava a se formar uma grande amizade, coisa que não sei explicar, mas, amizade verdadeira que só quem fica muito tempo numa situação dessas sabe explicar essa amizade. Sinto muita saudade de muitos amigos, que desde que chagamos cada um foi para sua terra, amigos estes, que eu nunca mais vi”.
José Tito era o último dos pracinhas de Manhuaçu ainda vivo. Ele foi homenageado por várias instituições civis e militares ao longo de sua trajetória. Coube o destino que seu falecimento ocorresse no dia da pátria.
O velório será nesta segunda-feira, 08, a partir de 9 horas no cemitério Campo das Flores. O sepultamento será às 15h30.
Força Expedicionária Brasileira (FEB)
Nos últimos meses de 1943, ficou decidido que o Brasil enviaria um corpo expedicionário para lutar no Mediterrâneo. Em 30 de novembro, foi designada a Comissão Militar Brasileira, que, sob a chefia do general Mascarenhas de Morais, tinha por objetivo observar de perto o teatro de operações no Mediterrâneo. Além de oficiais brasileiros, a comissão era também integrada por oficiais norte-americanos. Pouco antes de regressar da Itália e da África, o general Mascarenhas foi nomeado oficialmente comandante da 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária.
No dia 15 de maio de 1944, no Rio de Janeiro, foi instalada o Estado-Maior Especial, com a função de planejar e executar o embarque da 1ª DIE, dividida em vários escalões. Era integrado por três oficiais do Estado-Maior Divisionário, o coronel Lima Brayner e os tenentes-coronéis Amauri Kruel e Humberto Castelo Branco, e dois membros da Missão Militar norte-americana, os tenentes-coronéis Sewel e Strong. A representação da FEB no interior coube ao general Henrique Teixeira Lott, e a supervisão, ao general Hayes Kroner.
O 1º Escalão para a Itália ocorreu na noite de 30 de junho para 1º de julho de 1944 no navio norte-americano General Mann, sob o comando do general Euclides Zenóbio da Costa. O 1º Escalão era constituído de um regimento de infantaria (6º Regimento de Infantaria), um grupo de artilharia, uma companhia de engenharia e elementos ligados aos setores de manutenção, reconhecimento, saúde, comunicações, polícia, justiça, Banco do Brasil e correio, num total de 5.075 homens. Junto com o 1º Escalão embarcaram o general Mascarenhas de Morais e alguns oficiais de seu estado-maior.
O 2º Escalão embarcou a 22 de setembro no navio General Mann, sob o comando do general Osvaldo Cordeiro de Farias, com 5.075 homens.
O 3º Escalão embarcou nesse mesmo dia no navio General Meigs, sob o comando do general Olímpio Falconière da Cunha, com 5.239 homens. O maior efetivo era o do 11º Regimento de Infantaria.
O 4º Escalão deixou o Brasil a 23 de novembro no navio General Meigs, sob o comando do coronel Mário Travassos, com um efetivo de 4.691 homens.
O 5º Escalão partiu a 8 de fevereiro de 1945 no navio General Meigs, sob o comando do tenente-coronel Ibá Jobim Meireles, com um efetivo de 5.082 homens. Os médicos e enfermeiras foram transportados por via aérea.
A Força Aérea Brasileira (FAB) partiu para a Itália em princípios de outubro, com um contingente de mais de quatrocentos homens sob o comando do major Nero Moura.
Ao contrário dos planos originais, portanto, a FEB foi constituída por uma única divisão, com um efetivo de 25.334 homens.