CATAGUASES (MG) - A Energisa promoveu nesta terça-feira (07) o seminário “Juntos em período de Contingência”, reunindo representantes do INPE, CINDEC, CGREE, ONS e prefeituras, secretarias municipais, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil da sua região de atuação. O evento foi realizado em Cataguases e contou com um encontro com a imprensa, no qual foram apresentados investimentos, projetos e o plano de contingência da região da Energisa Minas Rio.
O diretor-presidente da Energisa, Eduardo Mantovani, destacou a importância do plano para a região de Manhuaçu, conhecida pelo relevo montanhoso e pela forte atividade cafeeira. Segundo ele, o crescimento urbano nas margens dos rios aumenta os riscos de enchentes e deslizamentos, exigindo atenção redobrada no fornecimento de energia.
“O cuidado com o desbarrancamento e as enchentes é essencial. As cidades cresceram ocupando o leito dos rios e, quando o nível da água sobe, transborda e afeta a população. A energia elétrica precisa ser mantida com segurança, e trabalhamos para garantir esse suporte, além de conscientizar as instituições e a população sobre os riscos”, afirmou Mantovani.
Atuação local
O diretor da área técnica da empresa, Rodolfo Acialdi, detalhou o funcionamento do plano de contingência aplicado em toda a área de atuação da concessionária na região Minas Rio. O foco principal, segundo ele, é a segurança da população em situações de emergência envolvendo o fornecimento de energia elétrica.
“O que a gente faz aqui é pensando na segurança das pessoas. Existe uma governança que começa com o alinhamento junto aos comandos das instituições e segue com exercícios de simulação, especialmente no período seco. Isso nos permite testar a comunicação, o tempo de resposta e fazer os ajustes necessários”, explicou Rodolfo.
De acordo com ele, o plano de contingência passou de 285 para 288 ações entre 2024 e 2025, com reforço nas chamadas “células de contingência” — equipes locais com autonomia para tomar decisões rápidas. “São pessoas alocadas em cidades como Muriaé, Ubá e Manhuaçu, que conseguem agir com agilidade, como na instalação de um gerador, sem precisar esperar a autorização da sede em Cataguases”, destacou.
A Energisa Minas Rio atende 67 municípios na região e aposta na descentralização para dar mais flexibilidade à operação em casos críticos. A empresa segue monitorando riscos climáticos e estruturais com foco na continuidade e segurança do fornecimento de energia.
Chuvas acima da média na região de Manhuaçu
A meteorologista Ana Paula Paes, consultora técnica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), apresentou as previsões climáticas para os próximos meses na região da Zona da Mata mineira, com destaque para Cataguases, Muriaé e Manhuaçu.
Segundo Ana Paula, entre os meses de outubro e novembro, a tendência é de que as chuvas fiquem dentro da média histórica para o período. “Só que atenção: estar na média não significa pouca chuva. Significa que os volumes esperados são similares ao que normalmente já ocorre no início do período chuvoso”, explicou.
A partir de dezembro, no entanto, o cenário pode se intensificar. A especialista alertou para uma expectativa de chuvas acima da média, especialmente nas regiões de Leopoldina, Muriaé e Manhuaçu. Esse aumento pode ser influenciado pela atuação do fenômeno climático La Niña, que, segundo ela, deve ocorrer de forma breve entre outubro e dezembro, retornando à neutralidade em seguida.
Ana Paula também destacou a importância do modelo próprio de previsão meteorológica mantido pela Energisa. “É uma das poucas, talvez a única concessionária com sistema próprio de previsão e monitoramento. A cada ano esse sistema é aprimorado, tornando as previsões mais assertivas e o sistema elétrico mais preparado para enfrentar as tempestades”, concluiu.
Carlos Henrique Cruz | Jailton Pereira