MANHUAÇU (MG) - A Academia Manhuaçuense de Letras recebeu na noite desta terça-feira,18, um público seleto, para participar do lançamento do livro “As Lembranças no Barraco de Lalinha” de autoria da escritora, Núbia Oliveiral. Convidados, familiares e acadêmicos puderam conhecer a obra, que traz em suas 300 páginas o passado da infância da escritora, que colocou sentimento e muita criatividade em sua narrativa. Traz também o estímulo à criatividade, transmite valores importantes do berço familiar relatado pela mãe.
A autora nasceu em Itaperuna (RJ), mas foi na cidade de Carangola onde veio morar, que iniciou o processo de alfabetização e, tão logo percebeu o dom de escrever sobre a verdadeira essência da vida.
Núbia Oliveira conta que, antes de mergulhar no mundo da literatura, fazia trabalhos usando barro, argila e criatividade com o pai e, assim começou a aflorar seus dons artísticos, através de idas a uma escola localizada em uma comunidade carente de sua cidade. Com o passar dos anos, mudou-se para Carangola, depois para o Rio de Janeiro, onde, neste período desencadearam muitos acontecimentos que marcaram sua trajetória.
Como surgiu a personagem Lalinha
A partir de uma vida de sofrimento, ouvindo sua mãe narrando sempre o passado, aos 45 anos tudo começou a mudar. A história tomou sentido de lembranças e, a coragem de alguém que sempre sonhou em vê-la como escritora tornou-se realidade. Ao ser alfabetizada e concluir o ensino médio, em pensamentos e imaginações surgiu a personagem Lalinha. Núbia Oliveira conta que, Lalinha é uma criança pobre, que vive de forma precária com seus pais e a irmã. Constantemente ela, a irmã e a mãe são vítimas de seu pai, Matusalém, um homem violento que não importa com o bem-estar da família e se envolve até com forças sobrenaturais para alcançar seus objetivos.
De tanto sofrer, um dia, a mãe de Lalinha, Esmeralda, decide fugir com as duas filhas. Ela consegue o dinheiro para a passagem, mas precisa sair sem que o marido perceba. “No livro narro uma história verdadeira, que nos dias de hoje acontece. Chamo a atenção, para que as pessoas possam ficar atentas, pois é uma história viva que está presente na sociedade atual. Abusos acontecem, a mãe é violentada perto dos filhos e, através da escrita e a dor de criança que sofreu todo tipo de preconceito surge As Lembranças no Barraco de Lalinha”, destaca a escritora. Segundo ela, a obra chamou a atenção do cineasta, Smith Cunha, que interessou pela história de Lalinha e quer transformar cada página em capítulo para uma novela.
A presidente da Fundação Manhuaçuense de Cultura, Celeste Fraga ficou encantada com a história narrada no livro “As Lembranças no Barraco de Lalinha”. “Fiquei encantada com a narrativa, espero que todos possam ler cada página do livro, para terem uma transformação”, pontua Celeste Fraga.
Eduardo Satil / Rádio Caparaó

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