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Caso Américo: Rapaz que ajudou no assassinato é condenado

20/11/2010 - Atualizado em 20/11/2010 09h24
Fórum de Manhuaçu ficou lotado durante o julgamento de Cledimar

Em meio a lágrimas e muita expectativa, familiares e moradores da cidade de São João do Manhuaçu acompanharam o julgamento de um dos acusados de participar do assassinato do presidente da Câmara Municipal de São João do Manhuaçu. O vereador Américo Gonçalves Courradesqui foi assassinado no dia 05 de julho de 2009, em frente a sua casa que fica na Rua Vicente Estevão Florenço, centro de São João. O vereador estava lavando o carro que acabara de comprar, quando foi surpreendido por José Gilmar Fernandes Praça “Gil Pé-de-Bicho”, que, atirou várias vezes sem oferecer qualquer defesa à vítima.

Durante a investigação, policiais da Delegacia de Homicídios tiveram a informação de que “Gil Pé-de-Bicho agiu com a ajuda do comparsa Cledimar de Praça Freitas, 20 anos, que permaneceu nas proximidades da residência da vítima, aguardando o momento exato para sinalizar e o assassino agir. No mesmo dia, Cledimar de Praça Freitas foi conduzido para a 6ª Delegacia de Polícia de Manhuaçu. O acusado José Gilmar Fernandes Praça conseguiu fugir e, foi preso dias depois no interior de São Paulo. A motivação do crime seria o fato do vereador Américo Gonçalves Courradesqui ter contratado advogado para tirar da cadeia um rapaz que havia assassinado o irmão de Gil Pé-de-Bicho, Gilberto Praça, no dia das eleições em 2008.

NO BANCO DOS RÉUS

Depois de um ano e quatro meses preso no presídio de Manhuaçu, foi levado a julgamento nesta sexta-feira (19), o acusado de participação no crime, Cledimar da Praça Freitas, denunciado pelo Ministério Público Estadual por homicídio qualificado. O julgamento durou aproximadamente 10 horas. Três testemunhas de acusação e cinco de defesa foram ouvidas. Algumas entraram em contradição, nos depoimentos prestados em juízo e no momento do julgamento. O último a ser ouvido foi Cledimar da Praça Freitas, que negou qualquer envolvimento com o assassinato.

No momento da produção de provas, o promotor de justiça, Fábio Santana solicitou a exibição da interceptação telefônica feita pela polícia. O acusado falava de dentro do presídio com pessoas ligadas a ele e, em determinado trecho cita: “Fizemos a merda e se não me tirar dessa, vou entregar todo mundo”. Em determinados momentos menciona o nome do ex-prefeito de São João do Manhuaçu, José Miranda Barbosa, “Zé Brás”. Cledimar disse que o celular chegou até a cela através de um policial civil, informando que havia crédito e, que ele poderia ligar à vontade. Mas não soube explicar as razões das cobranças para que alguém de lá pudesse agir, para tirá-lo da cadeia.

PENA MÍNIMA PARA OLHEIRO DO ASSASSINO

Cledimar participou da reconstituição do crime no ano passado

Foram três horas de debates entre o Ministério Público, representado por Dr.Fabio Santana e a defesa pelos advogados Roberto Gomes Neto e Alex Barbosa de Matos. Inicialmente, o promotor de justiça pediu condenação, devido a evidência da materialidade delitiva (vingança) e participação de menor importância, com base no art. 121c/c art. 29 CP-mesmo não tendo sido o autor dos disparos, mas concorreu para o fato.

Ao final, o corpo de jurados reconheceu que o acusado teve participação de menor importância. Foi rejeitada a tese de negativa de autoria e, também não reconheceram a qualificadora do MP. Foi desclassificado para homicídio simples, tendo o juiz da Vara Criminal, Dr. Walteir José da Silva aplicado a pena de 4 anos, o que garantiu ao acusado o regime semi-aberto.

Os advogados Roberto Gomes e Alex Barbosa disseram que estarão ingressando com o pedido de livramento condicional, para que Cledimar Praça fique livre definitivamente.

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