Portal Caparaó - Casal que matou aposentado é condenado à prisão domiciliar
Segurança

Casal que matou aposentado é condenado à prisão domiciliar

23/11/2010 - Atualizado em 23/11/2010 17h11

O Fórum Desembargador Alonso Starling ficou movimentado nesta segunda-feira, dia 22, para o julgamento de um casal acusado de assassinato e ocultação de cadáver. Vera Aparecida Mendes Ferreira, 55, e Pedro Paulo Gomes,64, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE), de terem premeditado a morte do aposentado Waldemar Ramos,54, morador no bairro Engenho da Serra. O crime causou repercussão em toda a região devido à crueldade. O fato aconteceu no dia 5 de setembro de 2009, no local conhecido como Parada Breder, na MG 111, entre Manhumirim e Reduto.

Reconstituição do crime foi feita pela Polícia Civil no ano passado. Abaixo, o momento da leitura da sentença na noite desta segunda

A polícia apurou que Vera Aparecida mantinha um relacionamento amoroso com a vítima Waldemar a aproximadamente oito (8) meses e, ao mesmo tempo com o acusado Pedro Paulo Gomes. Ao descobrir o triângulo amoroso, Waldemar Ramos passou a repreender Vera Aparecida. Segundo os acusados, o plano de vingança começou dias após uma conversa na Praça Cinco de Novembro, quando Waldemar Ramos passou a importunar Pedro Paulo Gomes. Na data combinada, a acusada Vera Aparecida Mendes Ferreira convidou a vítima para passear na zona rural de Reduto, sem, contudo revelar sua intenção. Após desembarcarem do ônibus, próximo a margem da MG 111, a acusada disse que necessitava de urinar. Pedro Paulo Gomes, que se encontrava escondido no meio do mato saiu detrás de uma árvore e utilizando um revólver cal.32, efetuou um disparo contra seu “algoz”, acertando-o no abdômen. Em seguida, retiraram suas roupas e lançaram álcool e fogo no cadáver para dificultar a identificação. Também cobriram o corpo com galhos de árvores para não ser descoberto.

Arrependimento na confissão

Os acusados chegaram ao Fórum Desembargador Alonso Starling bastante abatidos e cabisbaixo. Ao serem interrogados pelo juiz da Vara Criminal, Dr.Walteir José da Silva, contaram detalhes do crime. Disseram que premeditaram porque Waldemar Ramos estava interferindo no relacionamento de 23 anos do casal. Com voz trêmula, Vera Aparecida disse que não suportava as provocações da vítima, que a difamava e batia em suas netas. “Estou arrependida, pois, fiz aquilo no momento em que estava com depressão. Estou doente e muito triste”,disse. Pedro Paulo Gomes disse que só praticou o crime porque Vera ficava ligando insistentemente cobrando ação e, que poderia inverter a situação caso ele não desse “um fim” na vida Waldemar Ramos.

O Ministério Público representado pelo promotor de justiça, Bruno Fernando Lanna destacou a conduta delitiva do casal, que, agiu com premeditação, vingança e motivo torpe. Os advogados de defesa, Roberto Gomes, Elon Heringer da Costa e André Zapallá defenderam a tese de homicídio privilegiado e menor importância.

Ao final da sessão, o juiz Walteir José da Silva leu a sentença de condenação, reconhecendo como atenuante a confissão espontânea dos acusados.  Foram condenados a 14 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado (regime fechado) e (1) um ano e meio pelo crime de ocultação de cadáver (regime aberto).

Devido ao estado de saúde dos acusados, eles vão cumprir prisão domiciliar e, a cada 90 dias terão de apresentar laudo médico feito por especialistas ao juiz, para continuarem em prisão domiciliar. “Em caso de desrespeitarem o que está sendo imposto pela Justiça, se chegar ao meu conhecimento de que estão perambulando pela rua, determino que seja revogada a domiciliar e vocês voltam para o presídio”,recomendou o juiz Walteir José da Silva.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

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