Portal Caparaó - Familiares do pedreiro espancado por PMs manifestam
Segurança

Familiares do pedreiro espancado por PMs manifestam

02/05/2011 - Atualizado em 02/05/2011 23h02
 

De maneira bastante silenciosa, apenas exibindo uma faixa, familiares e amigos do pedreiro Expedito Alves de Oliveira, 45, fizeram uma manifestação rápida, na tarde de quinta-feira, 28, em frente ao Fórum Desembargador Alonso Starting, em Manhuaçu. Eles vieram cobrar rapidez e despertar  a sociedade, para que o caso não caia no esquecimento.

O pedreiro Expedito Alves de Oliveira, foi violentamente agredido na noite de 3 de janeiro passado, quando era conduzido por dois militares do Destacamento PM de Simonésia.  A vítima foi detida em casa, após a apreensão de sua moto, que estava em poder de Jean Carlos de Souza, 22. O rapaz estava sem habilitação e documentos. Expedito Alves, recebeu voz de prisão por entregar a moto a pessoa inabilitada.

O inusitado é que os policiais, Cb.Zinis e Sd. Isaac Assis pararam duas vezes e, gastaram um tempo record  até Manhuaçu, que fica distante aproximadamente 23 kms de Simonésia.  A última parada aconteceu no Auto Posto Picada, às margens da MG 111, para que a vítima  e um dos policiais pudessem lavar as mãos que estavam sujas de barro, já que os policiais contaram que o rapaz havia sofrido uma queda.

Expedito Alves chegou à Delegacia de Polícia inconsciente e, pouco tempo depois veio a falecer.
Dias de angústia em busca de justiça

A necropsia feita no corpo de Expedito Alves de Oliveira constatou, que houve ruptura do baço, fígado e outros vitais, provocados por chutes que o levaram à morte.

A Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso apurou que um dos policiais teria sido o autor das agressões, enquanto que o outro ficou observando a covardia.  “Constata-se que os investigados agiram com manifesta intenção de ocultar o crime praticado”,disse o promotor Fábio Santana ao pedir a preventiva dos acusados.

O pai da vítima, José Pedro Alves encontrou rapidamente com o juiz da Vara Criminal da Comarca de Manhuaçu na tarde de quinta-feira e, disse ter pedido apenas que se faça justiça. “São quatro meses de tristeza, solidão e lágrimas rolando. Tomara que os homens aqui na terra façam a justiça acontecer”,disse emocionado.

A reportagem também conversou com a irmã do pedreiro, que foi covardemente espancado na noite de três (3) de janeiro, em Simonésia.  Nádia Sabrina de Souza Alves conta que,toda a família continua sofrendo. Segundo ela, algumas pessoas acham que a manifestação que a família está fazendo na casa da Justiça e sinônimo de bagunça, mas, o que todos querem é que os culpados paguem pelo crime.“Imagine alguém que você ama sendo espancado, tendo os órgãos dilacerados de forma brutal. A vinda ao Fórum é, exatamente para chamar a atenção do Poder Judiciário. Imagine se esse fosse seu irmão, seu filho, pai ou quem você gosta tanto”,desabafou.

Os dois policiais, Cb. Zinis e Sd Assis, estão presos por determinação da Justiça, através de prisão preventiva pedida pelo promotor de Justiça, Fábio Santana.

A audiência para a instrução do processo, em que os dois PMs foram denunciados por tortura, lesão corporal seguida de morte, está marcada para o dia 10 de maio, às 13 h. no Fórum Desembargador Alonso Starling.

Eduardo Satil - portalcaparao@gmail.com

O Portal Caparaó não se responsabiliza por qualquer comentário expresso no site ou através de qualquer outro meio, produzido através de redes sociais ou mensagens. O Portal Caparaó se reserva o direito de eliminar os comentários que considere inadequados ou ofensivos, provenientes de fontes distintas. As opiniões são de responsabilidade de seus autores.