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APAC é inaugurada em Manhuaçu

15/06/2012 - Atualizado em 15/06/2012 10h10

Inaugurada nesta sexta-feira, 15, a APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) de Manhuaçu.

A cerimônia foi coordenada pelo Procurador de Justiça junto ao Programa Novos Rumos, Dr. Tomaz Aquino Rezende; o Presidente da FEBAC, Dr. Waldecir Antônio Ferreira; o Coordenador do Programa Novos Rumos, Juiz de Direito Dr. Luiz Carlos Rezende, o Secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz, o Juiz da Vara de Execuções Penais de Manhuaçu, Dr. Walteir José da Silva, a Juíza Diretora da Comarca, Dra. Daniela Bertolini, o Prefeito Adejair Barros, o Presidente da Câmara Renato Cezar Von Randow, e a Presidente da APAC, Dra. Denise Rodrigues. Diversas lideranças e autoridades da região prestigiaram a solenidade.

A obra foi resultado de um investimento de 1,7 milhão de reais pela Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) e contou ainda com recursos de empresas, prefeituras e parceiros do projeto em Manhuaçu. A partir da inauguração serão repassados R$ 350 mil ao longo deste ano para manutenção da associação.

MODELO

Localizada na estrada de acesso a Usina de Reciclagem de Manhuaçu, na saída de Manhuaçu para Reduto, com total de 10 mil metros quadrados, a APAC soma 3500 metros quadrados construídos com salas separadas para os três regimes de prisão. Na segunda-feira, 18, o funcionamento tem início com sete presos. Esse número vai aumentando a cada semana. A expectativa é chegar a 60 no final deste ano e à capacidade total em dezembro de 2013, com 120 recuperandos, como são conhecidos os internos atendido pela entidade.

Em seu discurso, Dr. Walteir José da Silva, demonstrou que acredita na recuperação dos presos através do método APAC. “Esse novo espaço visa desafogar o sistema prisional convencional. Na APAC, ocorre o momento de resgate da pessoa humana. Aqui, o detento poderá trabalhar e aprender uma profissão. Na APAC, o preso é tratado com dignidade, como ser humano. Enfim, o detento não é um número, colocado em celas abafadas e abarrotadas de pessoas. Aqui na APAC não tem isto. É uma cama para cada um; os presos são separados; para cada regime de pena: fechado, semiaberto e aberto, existem locais distintos dentro da unidade, sem haver contato entre os presos de um regime com o outro. Aqui tem posto de enfermagem, consultórios médico e odontológico, assessoria jurídica, enfim, toda uma estrutura”, afirma o juiz Walteir José da Silva.

A cadeia de Manhuaçu tem 200 presos do regime fechado num espaço que cabe 54 pessoas. Com o projeto 120 detentos poderão ser recuperados através da APAC.

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Walteir ainda pontuou que a recuperação pelo método APAC tem um custo muito menor para o Estado. No sistema convencional, o Estado gasta com o preso cerca de R$ 3 mil. Na APAC, o custo cai para cerca de R$ 800,00 por preso, uma economia muito grande para o Estado. Aqui, a polícia também não terá que trabalhar, não há policiamento. O Estado contrata monitores, que irão acompanhar os trabalhos e agentes administrativos. As pessoas irão trabalhar aqui, com quadro mínimo, porque quem toma conta do sistema prisional são os próprios presos. Eles é que fazem sua comida e outras atividades. Quanto ao que é produzido pelos presos em seu trabalho diário na APAC, como carteiras, peças de veículos e blocos, tudo será vendido e revertido em prol deles mesmos”, explicou.

A cerimônia teve momentos de homenagens aos parceiros e todos os voluntários que auxiliaram na concretização do projeto.

A Presidente da APAC, Denise Rodrigues de Oliveira, comemorou a entrega da obra, mas considera que agora é que realmente começa o trabalho mais importante. “É a concretização de um sonho que começou há oito anos. Já enfrentamos muitas dificuldades, mas tivemos muito apoio dos municípios que integram a Comarca e o empresariado local. Com a liderança do Dr. Walteir, conseguimos apoio e estamos prontos para começar. Na semana que vem tem início a parte mais importante: é hora de dar uma nova oportunidade aos presos”, comentou.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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