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Lançada a marca do Café da Região das Matas de Minas

12/09/2014 - Atualizado em 12/09/2014 17h23

 

MANHUAÇU (MG) - Os cafeicultores da região das Matas de Minas que produzirem cafés com notas acima de 80 pontos na prova de xícaras poderão comercializar o grão utilizando a marca "Região das Matas de Minas", identidade geográfica lançada nesta quinta-feira, 12/09, em Manhuaçu, que tem como objetivo divulgar e diferenciar o café da região nos mercados nacional e internacional. A expectativa é estimular os mais de 35 mil cafeicultores da área a investir na ampliação da qualidade, o que é primordial para agregar valor ao grão.

LANÇAMENTO

A cerimônia de lançamento da marca Região das Matas de Minas foi realizada na AABB de Manhuaçu e foi prestigiada por autoridades de toda a região, entre elas, o Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento André Merlo, o subsecretário de estado do Agronegócio Toninho Gama, os prefeitos de Manhuaçu Nailton Heringer, de São João do Manhuaçu João Carolino e de Alto Caparaó José Gomes, o presidente da Câmara Maurício Júnior e lideranças do setor do agronegócio das entidades envolvidas no projeto.

A primeira parte foi a apresentação do desenvolvimento do projeto pelo Gerente Regional do Sebrae João Roberto Marques Lobo e a Gerente de Agronegócios do Sebrae-MG Priscila Lins. Em seguida, o Diretor da FAEMG e membro do Conselho Consultivo do Sebrae Minas João Roberto Puliti e o presidente da Comissão Técnica do Café da Faemg Breno Mesquita.

O consultor da Be Consulting, Paulo Vischi, apresentou a estratégia de comunicação. “A marca Cafés Matas de Minas irá trabalhar com o conceito que será o pilar de todo o projeto. A expressão ‘Naturalmente Artesanal’ será o ponto chave explorado pelo Café das Mata de Minas e representa algo que é comum de produtores de café da região, essa forma artesanal de produção de café, em que há um contato e integração entre ser humano e natureza”.

Na última etapa da apresentação, o Presidente do Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas, Fernando Romeiro de Cerqueira, apresentou a atuação do conselho e convocou os produtores a participarem.

Participam do conselho as seguintes entidades: Aciam, Coocafé, Cooparaó, Coorpol, Scamg, Sindicatos Rurais de Lajinha, Manhumirim, Manhuaçu, Caratinga e Luisburgo, Sicoob Credicaf, Sicoob Credilivre, Sicoob Credcooper, Sicoob União, Sicoob Credsudeste, IWCA, Associação da Agricultura Familiar de São João do Manhuaçu e Associação dos Cafeicultores da Região de Caratinga e o apoio da UFV e da Emater-MG.

O PROJETO

O projeto é realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas) em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e o Conselho das Entidades do Café das Matas de Minas.

De acordo com a analista do Sebrae, regional Manhuaçu, Ereni Constantino, a iniciativa é muito importante para o desenvolvimento da cafeicultura da região, que possui custos elevados devido à impossibilidade de mecanizar a maior parte da área produtiva.

"Durante três anos realizamos na região vários estudos que mostraram que o café das Matas de Minas tem grande potencial, mas que o setor precisa ser organizado e o grão de qualidade melhor divulgado e identificado no mercado. Optamos por criar uma marca que identifique a região. O próximo passo será o investimento na obtenção da Identificação Geográfica (IG), processo que deve ser iniciado em abril de 2015".

PRODUÇÃO

Segundo as informações do Sebrae, a região da Zona da Mata mineira é responsável por produção média anual de 5 milhões de sacas, 24% do volume total gerado no Estado. A lavoura de café abrange 63 municípios e é desenvolvida por 35 mil cafeicultores, sendo que 80% são de pequeno porte. A princípio, 50 produtores de cada um dos 63 municípios da região serão acompanhados pelo projeto, número que será ampliado gradativamente.

Com as pesquisas realizadas pelos parceiros, que serviram de base para a criação de um quadro geral da situação e das potencialidades do café na região, as instituições envolvidas no processo promoveram série de cursos, treinamentos, oficinas e palestras com o objetivo de divulgar as informações da região e capacitar os produtores. Passo considerado fundamental para despertar o interesse para o projeto.

Para Ereni, a região tem grande potencial e vem evoluindo ao longo dos anos. Para se ter ideia, no primeiro ano de análise do café (2011) cerca de 10% do volume produzido receberam nota acima de 80 pontos na prova de xícaras, índice que na última análise, feita em 2013, subiu para 16%.

"Acreditamos que a organização do setor e a criação de uma marca regional são ações que valorizam o café da região, que até então estava "esquecido" no Estado e não tinha nenhuma marca para diferenciá-lo no mercado. Também servirá de base para incentivar os investimentos, por parte dos cafeicultores, na qualidade e abrir novos mercados. Essas iniciativas são fundamentais por estimular o desenvolvimento social e econômico da região, que tem 275 mil hectares ocupados pela cultura e gera, no período de colheita, 75 mil empregos diretos e 156 mil indiretos.

Ainda segundo Ereni, o grande desafio é levar as informações aos produtores e incentivar os mesmos a investirem nos processos que melhoram a qualidade do grão final.

"Estamos divulgando as informações do projeto junto a produtores e profissionais que são formadores de opinião na região, para que as mesmas sejam disseminadas. O cafeicultor precisa ter consciência que o mercado mudou, e, caso ele não invista na qualidade, continuará a comercializar um café com preços sem valor agregado, ficando reféns das variações de mercado", explicou Ereni.

Para saber mais: www.matasdeminas.org.br

Com informações de Michele Valverde / Diário do Comércio - Carlos Henrique Cruz / Portal Caparaó

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