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Veja o vídeo Centenário de Manhuaçu: a história é recuperada

18/01/2013 - Atualizado em 18/01/2013 14h54

O ano era 1977. A atmosfera, uma ainda pacata Manhuaçu, cuja tranquilidade começava a ser quebrada pelos roncos de motores automotivos e pelo burburinho de jovens nas praças e calçadas. A data era de festa: a comemoração dos cem anos de emancipação político administrativa, em 05 de novembro.

Centenário de Manhuaçu é o primeiro e talvez único documentário realizado sobre a cidade naquela época. Enquanto hoje é fácil gravar imagens num celular, há 35 anos era um desafio e demandava altos investimentos.

Veja agora o vídeo do Centenário de Manhuaçu

A boa notícia, não daquele tempo, mas de hoje, é que o filme ainda existe. A película foi digitalizada e a obra está intacta, constituindo-se um singular registro em movimento de 1977.

A recuperação se deu graças ao empresário e ex-presidente da Câmara de Manhuaçu, Glauco Nascimento de Macedo. A lata de filme é do acervo pessoal dele. Em entrevista ao Portal Caparaó, Glauco Macedo conta que em 1977, entre as várias atividades de comemoração do centésimo aniversário, a SPAM (Sociedade Produtora de Alimentos Manhuaçu) decidiu investir na produção do documentário sobre o município e a festa dos cem anos.  “Foram feitas três cópias na época: uma que ficou na Prefeitura, outra na Câmara e a terceira que guardei comigo. Infelizmente, as outras duas se perderam. Agora, com ajuda do Noé Magalhães Júnior conseguimos que fosse recuperada e digitalizada”, explica.

Como o formato era em 16 mm, uma das dificuldades era a reprodução. Noé Magalhães tinha um antigo projetor. Com o equipamento foi possível fazer a cópia.
O resultado revela uma Manhuaçu quase irreconhecível. A primeira parte é dedicada a economia e o café era o grande destaque. O rebanho leiteiro de 40 mil cabeças já não existe mais. Era a base da SPAM, que aparece em boa parte do vídeo.

A Manhuaçu mostrada no filme revela famílias passeando na praça, o Colégio Tiradentes, construções como a Igreja Presbiteriana e algumas residências, a sede do 11º Batalhão de Polícia Militar. O filme engrandece o aspecto desenvolvimentista da cidade, que já destacava naqueles tempos, e passeia pelas ruas mostrando o comércio e a estrutura.

A segunda parte, num total de dez minutos, é para mostrar como foi comemorado o Centenário. A inauguração da sede da Fumaph, o desfile cívico do centenário, a presença do governador Aureliano Chaves, os deputados Ibrahim Abi-Ackel e Mário Assad e o prefeito Camilo Nacif e o Festival da Canção de Manhuaçu (FECAMAN).

A narração era solene. Assistir ao documentário pode ser divertido, mas era a forma correta para os padrões da época. Bastante adjetivado, o texto discorre sobre a cidade de uma maneira entusiasmada, o que deve ter causado comoção nos espectadores da época.

Noé Magalhães Júnior, da Arca Vídeo, foi o responsável pela recuperação com sua equipe. Ele conta que sabia da existência do filme, mas o julgava perdido. “Eu realmente fiquei surpreso ao ser informado que o filme não só existe como está em perfeitas condições. Estamos muito satisfeitos em recuperar esse recorte da nossa história”, alegra-se.

Segundo ele, foram feitas cópias para a Casa de Cultura e diversos órgãos de Manhuaçu.

Em tempos de rede social, a ideia foi recuperar e compartilhar o histórico documentário para as novas gerações conhecerem um pouco mais sobre a cidade. Para os que viveram a festa do centenário, rever o documentário é um misto de saudade e nostalgia.

Nosso agradecimento a Glauco Nascimento de Macedo e a Noé Magalhães Júnior / Arca Vídeo

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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