Portal Caparaó - Ivonne Almeida lança "Fragmentos da História de Manhuaçu"
Entretenimento

Ivonne Almeida lança "Fragmentos da História de Manhuaçu"

08/12/2008 - Atualizado em 11/12/2008 09h03

 

Uma história de amor é o pano de fundo do mais recente livro sobre Manhuaçu. A acadêmica Ivonne Ribeiro conheceu José de Almeida da Silva durante o período da segunda guerra mundial. Quando ele partiu para o combate, haviam terminado. Da Itália, pediu encarecidamente que a namorada lhe escrevesse. Ivonne enviou cartas diariamente, até que um dia ele telegrafou avisando que retornaria para os braços da amada. O episódio compõe um dos trechos relatado nas 448 páginas do livro Fragmentos da História de Manhuaçu.  

Lançado na sexta-feira, 5, o livro cumpre um papel singular. Reúne entrevistas e relatos de personalidades, políticos, esportivas, ativistas culturais e de gente simples sobre a formação do município. É nas linhas traçadas em quase duas décadas de levantamento que se percebe como a personalidade e a cultura da cidade se formaram.

A presença de manhuaçuenses na Guerra Mundial é resgatada num relato minucioso da professora Ivonne Ribeiro de Almeida. Ela faz justiça a contar essa parte da história de Manhuaçu e transmite a emoção de quem vivenciou isso muito de perto. Apesar de sua ligação com o tema, diz que não prefere parte específica de sua obra. “Não tem meio, fim ou começo. Pode começar de qualquer assunto. Todos me agradam”.

A autora comparou sua proposta a um caleidoscópio cheio de pedacinhos coloridos e fez um convite aos leitores: “No caso do livro, folheando você vai juntando as partes. Eu fui elaborando à medida que encontrava as pessoas e levantava sobre os antepassados. Juntava os fatos quem servisse para o futuro, as novas gerações. Cada um pode formar a sua figura”, comparou.

E OS EXPEDICIONÁRIOS Ê VEM!

A poesia de Camilo de Jesus Lima declamada várias vezes por José Almeida - “Os expedicionários ê vêm” - marcou a primeira parte da noite festiva de lançamento do livro na Academia de Letras. Depois da oração e da canção dos expedicionários, os pracinhas José Tito Pimentel e Antônio Paulino Pereira receberam um diploma de homenagem pelos feitos heróicos na campanha da Itália. Também foi homenageado Philadelpho Coutinho Araújo com uma placa aos familiares.

“O Brasil dá pouco valor aos seus heróis. É preciso que reconheçamos os pracinhas. Só temos dois vivos atualmente em Manhuaçu. Quantas histórias já se foram. Quanta saudade ficou”, destacou o presidente Luiz Amorim.

Um vídeo apresentou o novo livro. Composta de um rico material fotográfico e entrevistas inéditas gravadas nas décadas de 80 e 90, a obra apresenta um perfil detalhado da história da cidade e seus protagonistas.

Numa das entrevistas, a professora Ilza Campos Sad comentou as dificuldades para reunir dados e fotos sobre Manhuaçu no ano do centenário da emancipação (1977). A obra dela começou numa sala, partiu um espaço maior e se consolidou no Palácio da Cultura.

Professora Ivonne explica que foi esse incentivo que permitiu reunir tanto material para o livro. “Dona Ilza me pediu que eternizasse alguns momentos da historia da Casa de Cultura. Eu estava iniciando a vida de filmadora. Filmava o colégio, grêmios e passei a filmar os eventos da cidade e entrevistas”, conta a escritora.

VHS

O desejo de fazer o livro surgiu mais recentemente. Dona Ivonne verificou que as fitas de VHS não teriam a mesma facilidade de acesso e as entrevistas feitas por ela e por José de Almeida poderiam se perder. “O livro é um documento e agora pude compartilhar com todos esse vasto material levantado durante vinte anos”, comemorou.

Durante o lançamento da obra, numa sessão lotada da Academia de Letras, a ex-diretora do antigo Polivalente ressaltou que não se pode deixar Manhuaçu sem memória. Ela ainda acredita que novos autores, como os que têm publicado livros recentemente, vão contribuir para esses registros. “Isso não pode parar”.

Com a alegria e a emoção da noite festiva, Ivonne de Almeida terminou seu discurso de agradecimento falando de uma paixão: “Eu amo Manhuaçu! Amo muito, muito, muitíssimo”.

Carlos Henrique Cruz - 08/12/08 - 07:59 - portalcaparao@gmail.com

O Portal Caparaó não se responsabiliza por qualquer comentário expresso no site ou através de qualquer outro meio, produzido através de redes sociais ou mensagens. O Portal Caparaó se reserva o direito de eliminar os comentários que considere inadequados ou ofensivos, provenientes de fontes distintas. As opiniões são de responsabilidade de seus autores.