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Protesto por causa de mau cheiro de adubo orgânico

30/10/2012 - Atualizado em 30/10/2012 06h57

Moradores do Bairro São Jorge, em Luisburgo, estão revoltados quanto à produção de adubo orgânico por um produtor rural, numa propriedade localizada ao lado do bairro.

Na noite de sexta-feira, 26, centenas de pessoas reuniram-se em manifestação em frente ao quartel da Polícia Militar, pedindo uma providência sobre o problema causado pelo mau cheio.
O Comandante do Destacamento de Luisburgo, Sargento Emídio, explicou que foi confeccionado um boletim de ocorrência relatando os fatos e os depoimentos dos moradores. O produtor rural Nagip Viana Klen também foi notificado e apresentou todas as documentações e autorizações necessárias dos órgãos competentes.

Os moradores foram orientados a procurar o Ministério Público por conta dos transtornos.
Segundo eles, quando o produto orgânico chega e durante a manipulação, o mau cheiro toma conta do bairro e parte do centro da cidade.

“A preocupação é muito grande com a saúde de nossos filhos e nossos familiares. Não sabemos o que essas carretas estão trazendo para a nossa cidade. Uma coisa é certa o mau cheiro é muito forte e ainda atrai moscas e outros bichos. Não podemos afirmar, mas, nossas crianças estão com uma espécie de tosse e gripe que não cura. Elas foram levadas ao postinho e o médico pediu vários exames para serem realizados em Belo Horizonte”, argumenta a moradora do bairro São Jorge, Luciana de Souza.

Outra moradora, Elaine das Graças, explica que a comunidade está se mobilizando para resolver a situação. “Já acionamos a Polícia Militar e fizemos um abaixo-assinado e estaremos levando tudo para a promotoria em Manhuaçu. Está prejudicando a todos nós e não podemos ficar com as janelas e portas de casa aberta. O mau cheiro toma conta de tudo, a quantidade de moscas que apareceu é enorme. Queremos uma providencia e já procuramos a prefeitura, a vereadora do nosso bairro e ninguém fez nada. Todos afirmam que ele está devidamente documentado. Só que nós estamos sendo prejudicados com esta situação”, explica.

O Presidente da Associação de Moradores do Bairro São Jorge, Joabe Portilho, Jobinho, ressaltou que todos os documentos e depoimentos necessários serão levados ao Ministério Público.

Segundo ele, a comunidade não é contra o produtor cuidar de sua lavoura, mas cobram uma solução para que a manipulação do produto não seja feita perto das casas, prejudicando toda uma comunidade.

OUTRO LADO

Procurado pela nossa reportagem, o produtor Claudio Viana, filho de Nagip Viana Klen, admite que há mau cheiro, mas justificou que é apenas durante a manipulação.

“Realmente, o adubo orgânico gera um mau cheiro, quando ele chega, pois como dizemos popularmente, o produto está verde e durante a decomposição da matéria orgânica, gases são liberados. Isso é uma situação temporária, logo após a mistura da forragem de granja, com serragem, palha de café, terra e outros ingredientes, esse mau cheiro se dissipa. Depois de espalhado na lavoura, o cheiro não se propaga mais”, ressalta.

Claudio disse ainda que a propriedade está devidamente documentada e autorizada a manipular o adubo na propriedade. Ele argumentou que, em hipótese alguma, são usados restos mortais de animais na composição do adubo, como foi colocado por alguns moradores. “O principal ingrediente do adubo é a forragem de granja, que chega em caminhões. Ela é composta de serragem e fezes das aves, além de muita pena. O resto, como já expliquei, é esterco de gado e outras restos vegetais e terra, nada mais. Pedimos  aos moradores um pouco de paciência e compreensão. O mau cheiro incomoda, nós sabemos disso, mas é temporário e no mais aplicamos o adubo orgânico em nossas lavouras apenas uma vez por ano. A tendência é diminuir cada vez mais”, completa o produtor rural.

Jailton Pereira - portalcaparao@gmail.com

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