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Política

Câmara debate abastecimento de Manhuaçu

02/08/2013 - Atualizado em 02/08/2013 08h51

MANHUAÇU (MG) - a Câmara Municipal de Manhuaçu realizou sessão ordinária na manhã desta quinta-feira, 1º de Agosto, votando Projetos de Lei e debatendo questões fundamentais para o desenvolvimento sócio-econômico local.

O Presidente Maurício de Oliveira Júnior e vereadores receberam, em plenário, o Diretor do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Heron Ferreira de Souza. Este, por sua vez, respondeu às indagações dos vereadores e prestou esclarecimentos sobre o abastecimento, a situação das obras da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) e os casos de falta d’água registrados em alguns bairros, nos últimos meses.

SAAE

Atendendo ao Requerimento da Câmara solicitando esclarecimentos sobre o abastecimento nos bairros e distritos, a diretoria do SAAE compareceu à esta reunião. Na oportunidade, o Diretor Heron Ferreira de Souza respondeu aos questionamentos dos vereadores, explanou sobre os serviços prestados e o atendimento das solicitações feitas pela comunidade.

Os vereadores relataram situações específicas como a reclamação de moradores e cobraram prazos para a execução dos serviços solicitados, entre outros pontos.

Um assunto que tem causado polêmica e indignação por parte da população é a cobrança do alvará de construção para o acesso à ligação da água. Neste contexto, após extenso debate no plenário com a direção do SAAE, os vereadores decidiram encaminhar um ofício solicitando posicionamento do Prefeito sobre a questão.

Sobre o assunto, o Vereador Jorge Augusto Pereira (Jorge do Ibéria) cobrou mais atenção por parte do SAAE com os moradores do distrito e fez um desabafo. “Ficamos muito aborrecidos com o SAAE porque eles sabem cobrar o usuário, mas fazer a parte deles, que é o necessário, com um bom atendimento, isto não está acontecendo. Em vários distritos e bairros, tem faltado água constantemente. A seca não chegou ainda. Assim que começar, a partir de meados de Agosto, certamente, teremos problemas, e, nada tem sido feito para se resolver isto. A preocupação do SAAE tem sido com a ligação de água, exigindo alvará de construção das pessoas carentes e a Prefeitura querendo cobrar R$ 600,00 por um alvará para a pessoa conseguir uma ligação de água. Isto é um absurdo. Nos distritos, há abandono. A Estação de Tratamento de Água de Vilanova está precária, com muita sujeira e lixo. Levei o problema ao conhecimento do setor, mas nada foi feito. Antes, tínhamos um posto de atendimento do SAAE em Vilanova, hoje não existe. Se o usuário precisar de qualquer coisa, precisará se deslocar de sua residência até a cidade. Algumas famílias de baixa renda, que às vezes têm a água cortada por falta de pagamento, precisam pagar passagem de ônibus, a religação e a conta que está atrasada. O SAAE não está olhando o lado do usuário, mas somente o lado da autarquia. [...] As respostas que tivemos aqui hoje não foram satisfatórias, pois, a desculpa do Diretor do SAAE é que não se pode contratar operários, em razão de TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) assinado junto à Promotoria de Justiça, se comprometendo a realizar concurso público até Dezembro. Isto é uma mentira. Tenho certeza que, se houvessem conversado com a Promotora, esclarecendo os motivos das necessidades de contratação, a Promotora iria entender, em razão de sua preocupação com o bem-estar da população e de seu conhecimento sobre os danos causados pela falta de água. Certamente ela daria um prazo maior pra a autarquia. Hoje, o que acontece é esta dificuldade com o atendimento ao usuário”, comentou o Vereador.  

Barragem

Sobre a indagação dos vereadores a respeito da barragem do Córrego São Sebastião – obra iniciada há alguns anos, visando complementar o abastecimento na cidade - o Diretor do SAAE mencionou que a obra apresenta problemas, sendo necessárias alterações no Projeto e a reestruturação do local. Sobre a questão, os vereadores manifestaram suas indignações com o fato, entendendo que o mesmo se caracteriza com desperdício de dinheiro público.

Votação de Projetos

Três Projetos de Lei foram aprovados com adição de emendas parlamentares. Um deles, relacionado à autorização de concessão de benefício eventual (nº 075/2013). O de nº 060/2013, que autoriza o município a celebrar convênio com a Associação dos Professores de Educação Física de Manhuaçu e Região (LEAM – Liga de Esportes Amadores de Manhuaçu) e o nº 061/2013, que concede repasse ao COMSEP para a realização do Passeio Ciclístico de Manhuaçu.

Também houve ciência a dois Projetos de Lei: um que trata do reajuste salarial dos Conselheiros Tutelares (nº 058/2013) e o que revoga a Lei Municipal nº 1891/1994, que institui a imprensa oficial no município (nº 059/2013).

O Vereador Jorge Augusto Pereira (Jorge do Ibéria) pediu vistas do Projeto de Lei nº 056/2013, que autoriza a abertura de créditos especiais ao orçamento geral do Município, no valor de R$ 36 mil.
Todos os Projetos de Lei mencionados são de autoria do Executivo Municipal.

Cidadania Honorária

O Vereador João Gonçalves Linhares Júnior (Inspetor Linhares) foi autor da Resolução nº 024/2013, aprovada em plenário, que concede Diploma de Cidadão Honorário ao Senhor Virgílio Florêncio de Barros.

Requerimentos e Moções

Dois Requerimentos foram apresentados à Mesa Diretora. Um deles (nº 041/2013), de autoria do Vereador Inspetor Linhares, requer ao Prefeito informações sobre todas as despesas gastas com o esporte no Município em 2013, até a presente data. Outro Requerimento (nº 042/2013), de autoria do Presidente Maurício Júnior, solicita ao Prefeito informações sobre todos os programas Estaduais e Federais que o Município esta inserido para receber benefícios, como recursos, verbas e bens.

INTERESSE DA POPULAÇÃO

O Presidente Maurício de Oliveira Júnior avaliou a primeira sessão legislativa do mês de forma positiva. “Foi mais uma reunião em que atendemos ao que nos propusemos: defender os interesses do povo de Manhuaçu. O povo tem sofrido com a falta d’água. O município se desenvolve, toma novas proporções, e, é preciso que haja investimentos em infraestrutura para se acompanhar este crescimento. Sabemos dos problemas que ocorrem com o serviço de água e esgoto, mas estamos cansados de justificativas. Queremos soluções, saber o que vai ser feito e quando. É isso que cobramos do Diretor do SAAE. [...] Ouvimos o Diretor dizer que conversou com o Prefeito sobre o mapeamento feito, ao tomar posse, da situação da autarquia, expondo dificuldades e desafios do setor. Em Abril, após não receber qualquer resposta, o mesmo encaminhou Ofício à Prefeitura, e de lá pra cá, nada foi feito. Então, o Prefeito falha em não dar este primeiro passo para solucionar este problema da falta d’água. Não é possível uma cidade do porte de Manhuaçu enfrentar problemas comezinhos como este. Conforme foi dito aqui, o SAAE goza de saúde financeira boa, o que está faltando é vontade política por parte do Prefeito”, afirmou o Presidente.
A respeito das repostas dadas pela direção do SAAE, sobre a situação das obras da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), Maurício Júnior mencionou que “a ETE é de importância muito grande para o meio ambiente. Não é possível ter que continuar com este cenário em que alguém aciona a descarga do banheiro e tudo vai parar no rio. O esgoto precisa ser tratado. Existe uma obra caríssima e que está parada. O Diretor do SAAE relatou que a obra está 88% concluída e que os 12% restantes correspondem à etapa mais difícil, sendo necessária inclusive mudança no Projeto original. Nós queremos a obra em andamento. Tomei susto quando houve a informação da mudança no projeto, porque há muito dinheiro empatado, parado, mas, enfim, foi relatado que doze meses após o prazo de licitação das obras está obra tão aguardada será concluída”.

A Presidência da Câmara mencionou ainda a recente reportagem publicada em jornal local sobre a paralisação das obras do Programa Habitacional do Governo Federal, Minha Casa Minha Vida. “Percebemos que existe uma celeuma. O município tem dialogado unilateralmente com a Caixa Econômica Federal, a respeito da isenção dos impostos. Na Legislatura passada, a Câmara aprovou um Projeto de Lei em que a vontade dos legisladores era conceder isenção integral dos impostos afetos à construção das moradias. Aparentemente, a Lei não ficou suficientemente clara. O município adotou uma postura de cobrar o ISSQN, entre outros fatores que tomamos conhecimento extraoficialmente. Em razão disto, a construtora parou a obra. Em jornal local, houve declaração formal da construtora informando que rescindiu o contrato com a Caixa e que não irá dar continuidade às obras do programa habitacional em Manhuaçu. O Prefeito precisa vir ao público, juntamente com a Caixa Econômica Federal, esclarecer as razões pelas quais a obra está parada. Ali tem recurso do povo de Manhuaçu. Aquele terreno foi doado. O Prefeito precisa dialogar mais com a Câmara Municipal e nos informar porque esta obra parou. O povo quer esta resposta”, concluiu Maurício Júnior.

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