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Política

Delegados da região também aderem a paralisações

11/05/2014 - Atualizado em 11/05/2014 14h36

MANHUAÇU (MG) - Delegados de toda a área da 6ª Delegacia Regional de Polícia Civil fizeram o terceiro dia de paralisação total de atividades.

O manifesto é um movimento organizado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindepominas). Os salários dos delegados de polícia no estado estão entre os três mais baixos da categoria do Brasil.

Na última quarta-feira, 07, a paralisação durou doze horas. Todo o atendimento durante o dia ficou prejudicado, sendo retomado, portanto, na escala noturna de plantão. “Foram três quartas-feiras em que os delegados cruzaram os braços. No dia 23, paramos quatro horas; na semana passada durante oito horas e agora 12 horas”, conta do delegado Endgel Rebouças.

Conforme os profissionais a intenção não é causar tumulto e sim alertar ao Governo do Estado sobre a necessidade de um diálogo com a categoria. “A gente não recebe salário compatível com a complexidade do cargo e o que queremos que o nosso vencimento se alinhe com o salário de Defensor Público”, explica o delegado em nome do grupo de profissionais da regional. O movimento questiona justamente isso: "Em Minas Gerais, quem prende bandido ganha metade do salário de quem solta. É justo?"

Durante as paralisações não houve atendimento, despacho, emissão de documentos, oitivas de pessoas ou qualquer outra atividade privativa ao Delegado de Polícia.

VALORES

Segundo o sindicato, atualmente o salário base de um Delegado de Polícia é de R$ 7,7 mil bruto, enquanto que o salário do Defensor Público chega perto dos R$ 18 mil. Como são carreiras jurídicas semelhantes no Estado, o objetivo é pressionar o Governo de Minas a implementar uma política remuneratória que iguale os vencimentos dos delegados da Polícia Civil com o dos Defensores Públicos.

Endgel Rebouças explica que a falta de uma política remuneratória interessante fez com que vários delegados deixassem seus cargos em Minas Gerais. “Temos vários delegados que passam e, insatisfeitos, acabam deixando o cargo e até procurando fazer concursos em outros estados. O resultado é que várias comarcas ficam sem delegados e sobrecarregando os que atuam em cidades próximas”, afirma.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com

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