Prefeito de São João mostra dificuldades da prefeitura

SÃO JOÃO DO MANHUAÇU (MG) - É recorrente a reclamação de gestores públicos municipais sobre a queda de receita. Neste primeiro trimestre de 2015, a principal receita dos municípios, o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) apresenta queda de 14% em relação a 2014. E para complicar a situação, as despesas aumentam; pois começou a vigorar o novo salário mínimo, o novo piso salarial dos professores, aumentos nos combustíveis e energia elétrica.

Em algumas cidades, por exemplo, servidores públicos já vivem a rotina de atrasos salariais, diante da crise que afeta os municípios e compromete a prestação dos serviços à população.
Para o prefeito de São João do Manhuaçu, João Batista Gomes (João Carolino), não há perspectivas de quando a situação econômica vá melhorar.

Ele enfatiza a queda no FPM, que representa 23,5% do que é arrecadado com o IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) e Imposto de Renda e sofre reflexo direto gerado pela crise por que passa o Brasil. ”Eu tenho dialogado com os colegas prefeitos e volto a afirmar que, infelizmente, a tendência é piorar. O governo federal tem tomado várias medidas que prejudicam os municípios, o governo estadual também deve tomar e, nós, municípios, precisamos nos organizar e evitar gastos. O custo operacional dos municípios a cada dia vem aumentando, e nesse ano de 2015, as prefeituras terão muito mais dificuldades”, afirmou.

Segundo ele, em 2014, fez obras e investimentos como nunca. “Tivemos muitas conquistas. Conseguimos ampliar postos de saúde, realizar calçamentos de ruas, adquirir veículos, caminhões e máquinas. Agora, neste ano, está impossível. De janeiro para cá, não temos recebido recursos para pagar as contas básicas. O que o povo vê de notícias é a metade do que está realmente acontecendo. Está muito difícil trabalhar”.

O prefeito João Carolino compara que, no mesmo período do ano passado, o repasse foi muito maior. “No dia 10 de março, no repasse do FPM, no ano passado era um valor de 450 mil reais e esse ano foi somente de 252 mil reais. Outro repasse que era de 140 mil, chegou somente 62 mil reais. Em janeiro deste ano, foram 241 mil reais a menos”.

Ele afirma que a tendência é piorar por conta da crise internacional, os desvios de recursos federais e essa corrupção toda que vemos notícias diariamente. “Todos os municípios estão passando dificuldades. Não estamos sabendo o que fazer. Precisamos da compreensão do povo e apoio para passar por esse período difícil. O caos é geral”, argumenta.

O prefeito cita que na merenda escolar, por exemplo, recebe uma ajuda do Governo Federal de 30 centavos por aluno manda 30 centavos por aluno, enquanto gasta de 1,50 a 1,80. “Estamos tendo que cobrir esse rombo”.

Para manter uma equipe de Saúde de Família, o Governo Federal está repassando cerca de 50 mil reais, enquanto a despesa fica em 70 mil.

Além de participar de encontros com prefeitos da região, João Carolino conta que diversas cidades estão preparando uma agenda de mobilização para reivindicar melhorias para os municípios.

Carlos Henrique Cruz - portalcaparao@gmail.com