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Política

Comerciantes dizem que não há cartel de combustíveis em Manhuaçu

30/11/2018 - Atualizado em 01/12/2018 11h23

MANHUAÇU (MG) - Em reunião que possibilitou diálogo entre a sociedade - representada pelo Procon, Prefeitura de Manhuaçu e Câmara de Vereadores - e donos de combustíveis, houve a afirmação de que não existe a uniformização de preços ou cartel no município.

Com a presença de praticamente todos os vereadores, Coordenador do Procon, Dr. Alex Barbosa; Prefeita Cici Magalhães e Secretário de Fazenda, Claudinei Lopes, e cidadãos, a reunião ocorreu na tarde desta quinta-feira, 29/11, no plenário da Câmara, antes da sessão legislativa extraordinária, que ocorreu a partir de 18h30.

A reunião com os comerciantes foi solicitada pela Coordenadoria do Procon, em atendimento a ofício encaminhado pelos Vereadores Gilson César, Administrador Rodrigo e Adalto de Abreu, que reivindicava procedimentos de investigação para apuração de suposta uniformização de preços nos postos de combustíveis.

A partir daí, o Procon, em entendimento com a Prefeitura e a Presidência da Câmara, optou por convidar aos proprietários de postos para reunião junto aos demais vereadores, para que os mesmos pudessem esclarecer as dúvidas e as semelhanças de preços entre os estabelecimentos.

‘Nosso custo é muito alto. Preço igualitário não é cartel. Cartel é quando se formam grupos para lesar o consumidor’, afirmou José Antônio, proprietário de posto na cidade. Ele ainda mencionou que ‘me senti ofendido porque não participo de cartel. Meu operacional mais a bandeira do posto resultam em custos que deixam margem pequena de lucro. Entendo que o que ocorre é que estejamos trabalhando com preço achatado, ou seja, enquanto empresários, estamos forçando os preços para baixo, justamente para sobrevivermos, pois, ou se faz isto, ou fica-se fora do mercado em razão da concorrência’.

Outro que se pronunciou foi Jorge Heleno, proprietário de posto em Santo Amaro de Minas. ‘Somos vítimas de concorrência desleal. Temos custos muito elevados, e, as reduções de preço anunciadas nas refinarias não chegam até os postos, o que nos possibilitaria reduzir também os preços aos consumidores finais. Não fazemos cartel, pois, não podemos nem nos reunir em número de dois ou três em qualquer ambiente. A legislação não nos permite, justamente para assegurar que não há combinação de preços’, argumentou.

Os comerciantes relataram os principais custos que influenciam diretamente no preço final. Segundo eles, o combustível bandeira branca (ou sem bandeira) – que não são vinculados às grandes redes - têm custo médio de R$ 3,99, enquanto que os combustíveis de bandeira são majorados em R$ 0,40, totalizando R$ 4,39. As operadoras de cartão de crédito cobram 2% em média. Têm-se ainda as despesas com impostos, custos operacionais e outros.

No encerramento da reunião, a Prefeita sugeriu a formação de comissão composta por vereadores e comerciantes para dar continuidade a este trabalho, que visa o diálogo transparente entre a sociedade e o empresariado. ‘Valorizamos o diálogo, sempre, pois é o que possibilita o desenvolvimento da sociedade. O Procon solicitou esta reunião para atender aos vereadores. Então, solicitei da presidência da Câmara, este encontro hoje com os representantes dos postos, antes da sessão legislativa, facilitando a participação para todos os vereadores’, destacou a Prefeita.

Os vereadores consideraram muito válidos os esclarecimentos dos proprietários de postos sobre as cobranças feitas pela sociedade - especialmente nas redes sociais -, além das informações referentes aos custos e despesas do setor, e a dificuldade do acesso às reduções de preço que, embora anunciadas pelas refinarias, se diluem, ou se perdem na cadeia do setor.

Secretaria de Comunicação Social

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