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Política

Região do Caparaó: Pandemia agrava problemas em regiões mais penalizadas

20/04/2021 - Atualizado em 20/04/2021 13h43

REDAÇÃO - O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), defendeu nesta segunda-feira (19/4) que o plano Recomeça Minas receba emendas específicas para beneficiar as cidades da região do Caparaó. O Recomeça Minas é um projeto elaborado para incentivar a retomada econômica do Estado, após a crise provocada pela Covid-19.

O Projeto de Lei 2.442/21, que trata do Recomeça Minas, oferece descontos para empresários que pagarem seus impostos atrasados, direcionando os recursos obtidos para o financiamento de setores mais prejudicados pela pandemia.

Empresários, políticos e outros representantes do Caparaó foram ouvidos na tarde desta segunda-feira no encontro regional para discutir o projeto, que tramita na ALMG. Em 2020, Manhuaçu teve saldo de 289 novos postos de trabalho criados, resultado 34% menor que em 2019, de 844 empregos gerados. No ano passado, 488 empresas foram fechadas em Manhuaçu.

O deputado Agostinho Patrus lembrou que a microrregião do Caparaó enfrenta dificuldades com as enchentes deste ano e de 2020, agravando os efeitos da pandemia. “Nos preocupa muito a região de Manhuaçu, porque passou por dois anos difíceis, além da pandemia de mais um ano, passou por uma enchente em 2020 em que eu estive em Manhuaçu visitando a região com o governador Romeu Zema. Este ano também novas enchentes que afetaram as áreas centrais dos municípios, comércios e as casas das pessoas e mais ainda com a pandemia. Por isso um carinho especial com o Caparaó, ouvindo as suas lideranças, sejam elas setor empresarial, sejam elas também dos trabalhadores para juntos formatarmos esse projeto”.

Além disso, o deputado reconheceu que há necessidade de um tratamento diferenciado para a região de divisa com outros estados. “Nós vimos no passado os incentivos que o Rio de Janeiro deu e o tanto de indústrias e de empresas que deixaram o nosso estado e migraram para o Rio de Janeiro. O Espírito Santo não é diferente. Vive uma situação financeira e econômica melhor no que tange a gestão estadual e por isso tem capacidade também de oferecerem incentivos. Essa questão do território do Caparaó vai ser tratada pelos seus representantes que devem apresentar emenda ao projeto de lei para que haja um tratamento diferenciado, não só para a região do Caparaó, mas principalmente a Zona da Mata como um todo, que é afetada com essa questão dos incentivos nos estados vizinhos”.

Prefeitos e empresários apresentam reivindicações

Representante do setor de bares e restaurantes de Manhuaçu, Ronald Filgueiras foi um dos diversos empresários da região de Caparaó que lembraram os prejuízos já causados pelas enchentes de 2020 e 2021, que inundaram lojas e destruíram mercadorias. A prefeita de Manhuaçu, Maria Imaculada Dutra Dornelas, disse que a situação é mais grave este ano, com a redução da ajuda federal.

Presidente da Associação Comercial e Industrial de Raul Soares (Mata), Thiago Leal de Oliveira citou dados de uma pesquisa realizada na região. Segundo ele, 48% das empresas já demitiram, 20% não estão conseguindo pagar os funcionários em dia e 89% contraíram dívidas.

Entre outras reivindicações, Thiago Oliveira defendeu a prorrogação das cobranças atuais de ICMS das micro e pequenas empresas por pelo menos 12 meses, sem multas e juros; e uma linha de crédito específica para os microempreendedores individuais. “É o pequeno que movimenta os negócios nas cidades menores”, destacou.

O evento da Assembleia de Minas ainda teve a palavra do Reitor do Centro Universitário Unifacig Thales Reis Hannas e do Presidente da CDL Manhuaçu Giovanni Baroni, além de empresários de Mutum, Manhumirim e Santa Margarida.

A deputada Celise Laviola ressaltou a importância de se ouvir as demandas regionais, especialmente dos municípios menores, e buscar soluções. O deputado Marquinho Lemos avaliou que a resposta do Estado aos problemas regionais causados pelas enchentes e pela pandemia está muito aquém do necessário, algo que precisa ser corrigido.

O deputado João Magalhães (MDB) defendeu que a preservação das vidas deve ser prioridade. ““Nós sabemos muito pouco dessa pandemia. E sabemos muito menos do que virá nos próximos meses e anos. Não estou aqui para julgar nossos governantes. Se erraram ou se acertaram nas medidas tomadas até hoje. No entanto, prefiro pecar pelo excesso de zelo do que pela falta de ação. A maior preocupação nesse momento e estamos percebendo nos nossos governantes, é para preservar as vidas. Passamos por momentos muito difíceis que tem atingido sobremaneira a vida de todos os cidadãos e com relevante impacto sobre nossa economia, afetando os empresários, o comércio, a indústria, os prestadores de serviços, os trabalhadores. A Assembleia de Minas sai na frente para ajudar a economia, participando ativamente na retomada do desenvolvimento, principalmente na geração de emprego e renda para os mineiros e mineiras. Neste momento sentimos uma união muito grande dos deputados, prefeitos e prefeitas, do nosso governador em busca de soluções para que possamos amenizar a vida do nosso comércio, da indústria e dos prestadores de serviços que foram tão penalizados. Sabemos que as medidas foram amargas, mas necessárias para que pudéssemos salvar vidas. Conte conosco e vamos trabalhar juntos para ajudar a recuperação da nossa economia da nossa região do Caparaó e do nosso estado”.

Carlos Henrique Cruz - carlos@portalcaparao.com.br

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